O Golpe – Brics, Dólar e Petróleo Euclides_Mance_O_Golpe_Brics_Dolar_e_Petroleo | Page 92
1. Brasil e BRICS
todos os blocos licitados. Em caso de não participação, o bloco
passaria aos operadores estrangeiros que vencessem as licitações.
O substitutivo incluiu também a possibilidade do Presidente da
República obrigar a Petrobras a participar da exploração de um
bloco ou vetar o investimento da empresa em qualquer um deles.
A aprovação do substitutivo teve o aval da presidente Dil-
ma, pois ela temia ir ao confronto no Congresso e sofrer uma
derrota na votação, preferindo construir uma versão substitutiva
do projeto. Contudo, tanto o Partido dos Trabalhadores quanto
a própria presidente Dilma se mantiveram contrários a qualquer
alteração substantiva da lei e à privatização da companhia.
Por isso, tornava-se mais seguro realizar o impeachment da
presidente Dilma e empossar, em seu lugar, alguém disposto a
sancionar, sem resistência, a entrega da exploração dos blocos do
pré-sal às empresas estrangeiras e avançar na própria privatiza-
ção da Petrobras.
1.9. Mobilizados nas redes sociais, crescem os protestos
de rua contra o Governo recém-eleito
Pedidos de impeachment não eram uma novidade para o
governo. Em seus dois mandatos, o presidente Lula foi alvo de
34 deles e a presidente Dilma de 48 ao todo, um dos quais em
04/01/2014, protocolado por um senador do PSDB, em razão da
compra, pela Petrobras, da refinaria de Pasadena, nos EUA.
Em março de 2015, mobilizados pelas redes sociais e mídia
convencional, mais de um milhão de brasileiros participam de
protestos contra o governo Dilma em cerca de 160 cidades do
país. No mês seguinte, Temer é indicado por Dilma para fazer a
articulação do governo com o Congresso. Ele, então, avança na
articulação do golpe de Estado.
Nesse contexto, os coordenadores locais do Students For Li-
berty, usando de uma eficiente estratégia de rede, monitorando
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