O Golpe – Brics, Dólar e Petróleo Euclides_Mance_O_Golpe_Brics_Dolar_e_Petroleo | Page 86
1. Brasil e BRICS
da atuação em rede [networking] é uma das coisas em que nos
especializamos”. 38 (apud IGNATIUS, 1991) [144]
Tratam-se de redes de pessoas e organizações, integradas
por mecanismos de informação, mas igualmente de fluxos mate-
riais para a realização de suas atividades. Membros dessas redes,
nos anos 80, eram “insurgentes que mais tarde liderariam movi-
mentos de protesto em toda a Europa Oriental em 1989”. 39 [145]
Conforme Weinstein, “muito do que fazemos hoje [em 1991]
foi feito secretamente há 25 anos pela CIA” (IDEM). E como des-
taca Ignatius (1991).
a maior diferença é que quando essas atividades são feitas aberta-
mente, o strass [flap] potencial é próximo de zero. A abertura é sua
própria proteção. 40 [146]
Com base nessa mudança de estratégia da CIA, ainda nos
anos 80, o Congresso norte-americano autorizou o gasto de mi-
lhões de dólares para subvencionar organizações e atividades de
interesse dos Estados Unidos no exterior.
Uma dessas organizações enviou aos membros de sua rede
no leste europeu, por exemplo, recursos materiais em apoio ao
Sindicato Solidariedade.
O dinheiro subvencionou as remessas de dezenas de prensas de im-
pressão, dezenas de computadores, centenas de mimeógrafos, mi-
lhares de galões de tinta para impressão, centenas de milhares de
stencils, câmeras de vídeo e equipamentos de transmissão de rádio. 41
(Adrian Karatnycky apud IGNATIUS, 1991) [147]
Uma das fontes importantes de doação de recursos para es-
sas ações – que, em alguns contextos, terminam na desestabili-
zação e deposição de governos – é justamente o National Endow-
ment for Democracy, NED.
Em anos recentes, indiretamente, recursos dessa organiza-
ção financiaram, segundo (GOLINGER, 2009) [148], atores que
tomaram parte nos golpes de Estado da Venezuela (2002), Haiti
(2004) e Honduras (2009).
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