O Golpe – Brics, Dólar e Petróleo Euclides_Mance_O_Golpe_Brics_Dolar_e_Petroleo | Page 84

1. Brasil e BRICS em melhor modo, de maneria aberta. Isso inclui operações parami- litares, como o apoio aos combatentes da liberdade, que podem ser administradas abertamente pelo Pentágono. E inclui, igualmente, operações de apoio político para ativistas pró-democracia, o que, em melhor modo, pode ser deixado para a nova rede de operadores abertos. 36 (IGNATIUS, 1991) [140] Como veremos no Capítulo 5, em golpes recentes na Améri- ca Latina e no Oriente Médio houve claramente o apoio de orga- nizações norte-americanas aos agentes abertos dos protestos de rua contra os governos estabelecidos. Mas, em alguns contextos, como no Haiti e Síria, por exemplo, houve o apoio a operações paramilitares, seja respectivamente com o sequestro do presiden- te e seu envio ao exterior, seja realizando bombardeios contra as tropas do governo vigente, usando drones, aviões e navios de guerra. [141] [142] Mas, é muito importante destacar que a maioria dos partici- pantes civis dos protestos, por ser alvo das ações de propaganda e desinformação, acredita estar fazendo um bem ao seu país quan- do apoia a derrubada de governos democraticamente eleitos. Para chegar a esse ponto, a transição da ação secreta para a ação aberta também requer importantes alterações na estratégia de propagação de conteúdo, como veremos no Capítulo 4. Nos anos 1950, a CIA deu origem à Operação Mockingbird, visando influenciar os meios noticiosos para propósitos de pro- paganda, subsidiando estudantes, organizações culturais e re- vistas – teia conhecida na Agência como o “poderoso Wurlitzer”, como um poderoso órgão, cujas teclas (os diferentes veículos) eram ativadas em conjunto, em diferentes arranjos, propagando a composição que se desejava difundir. Isso [transitar para um novo modo de atuação] é especialmente ver- dadeiro no reino do que costumava ser chamado de “propaganda” e agora pode simplesmente ser chamado de informação. A CIA tra- balhou arduamente nos velhos tempos para atrair jornais e revistas estrangeiros para a sua teia, a fim de combater a desinformação so- viética. Frank Wisner, chefe das operações secretas da CIA em mea- 83 de 382