O Golpe – Brics, Dólar e Petróleo Euclides_Mance_O_Golpe_Brics_Dolar_e_Petroleo | Page 78
1. Brasil e BRICS
– NSC), a Agência Central de Inteligência (CIA) tinha por mis-
são recolher informações sobre governos estrangeiros, empresas
e indivíduos, correlacionar e avaliar atividades de inteligência do
conjunto das agências do governo, prover informações de segu-
rança nacional ao Senado e realizar atividades especiais deman-
dadas pela Presidência do país. Em 2004, suas atribuições foram
modificadas pela Lei de Prevenção ao Terrorismo e de Reforma
do Serviço de Inteligência (Intelligence Reform and Terrorism
Prevention Act) [132].
Ao longo de sua história, a CIA, atuando de maneira secre-
ta, esteve envolvida na realização de golpes de estado em vários
países, para a deposição de governos não alinhados aos interesses
norte-americanos.
Mas, como veremos neste tópico, parte do antigo trabalho
de desinformação e contrapropaganda, treinamento de lideran-
ças e de suporte a grupos de oposição passou a ser abertamente
assumido por organizações civis a partir da década de 1980, sub-
vencionadas legalmente por entes governamentais e não-gover-
namentais norte-americanos, visando ideologicamente promo-
ver a “democracia”, a “participação política” e a “liberdade” – o
que, na prática, significa combater, derrotar ou depor governos
indesejados pelos Estados Unidos, sejam tais governos democrá-
ticos ou não.
Como veremos no Capítulo 5, em todos os golpes de estado
ocorridos nesse século na América Latina houve a participação
de atores que foram treinados e apoiados por entes norte-ameri-
canos.
Informação
Nos arquivos públicos da CIA, encontramos uma breve
passagem que caracteriza a percepção da Agência sobre a eleição
de Lula, no quadro das análises sobre “ameaças transnacionais”:
AMEAÇAS TRANSNACIONAIS
Sr. Presidente, gostaria de abordar agora uma série de importantes
questões transnacionais que têm uma incidência imediata sobre a
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