O Golpe – Brics, Dólar e Petróleo Euclides_Mance_O_Golpe_Brics_Dolar_e_Petroleo | Page 29

1. Brasil e BRICS
De fato, em nível mais amplo,
considerando os trabalhadores chineses como um todo, a renda por
hora é superior a de todos os grandes países da América Latina, com
exceção do Chile. // Em relação aos países menos desenvolvidos da
zona do euro, o chinês recebe 70% do salário médio. O salário médio
por hora na indústria chinesa triplicou entre 2005 e 2016, para US$
3,60, segundo o Euromonitor. (Agência O Globo, 2017) [14]
De fato, esses milhões de iPhones e iPads são produzidos
na China, especialmente, porque a maioria dos fornecedores da
Apple também está na China, sendo muito difícil para a empresa
transportar a cadeia produtiva local inteira para dentro dos Esta-
dos Unidos ou importar bilhões de componentes para montá-los
no país e depois distribuir o produto final, o que ampliaria custos
logísticos desnecessários.
Por fim, as fábricas chinesas são também mais ágeis que as
americanas para introduzir rápidas alterações no processo pro-
dutivo, o que é recorrentemente necessário em se tratando de
produtos de alta tecnologia em acelerada evolução.
Assim, justamente porque a produção de empresas norte-
-americanas se deslocou para o exterior ao longo de décadas, os
Estados Unidos passaram enfrentar enormes dificuldades para
criar postos de trabalho no setor industrial. (DUHIGG, 2012). [15]
A criação do Banco dos Brics, de seu Fundo de Reservas e
de uma criptomoeda própria, alternativa ao dólar [16], alavan-
cando o crescimento dos países do bloco e apoiando-os em caso
de problemas de curto prazo em sua balança de pagamentos,
não apenas permitiria consolidar sua expansão econômica, com
a expansão de seus próprios mercados consumidores internos,
fortalecendo as cadeias produtivas locais, mas colocava em risco,
no médio prazo, a própria hegemonia econômica global norte-
-americana.
De fato, nascido em 2006, os BRICS mantiveram uma traje-
tória de rápido crescimento de seu Produto Interno Bruto, como
pode ser visto no Gráfico 2.
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