O Golpe – Brics, Dólar e Petróleo Euclides_Mance_O_Golpe_Brics_Dolar_e_Petroleo | Page 279
5. Golpes de Estado Recentes na América Latina
Ao desembarcar na Costa Rica Zelaya denuncia o seu se-
questro e conclama o povo Hondurenho à resistência pacífica:
Estou no aeroporto de San José [...], fui vítima de um sequestro bru-
tal por parte de algum grupo de militares do Exército […].
Estou aqui em San José como presidente de Honduras. Vou a Ma-
nágua (Nicarágua) como presidente de Honduras. Vou exigir os
direitos do povo hondurenho [...]. Meu mandato termina em 2010.
(Zelaya apud TERRA, 2009) [559]
Como destacaram os jornais
O chefe de Estado pediu aos soldados de seu país “que não permi-
tam” que este “ultraje, este monstro” se concretize em Honduras. Ao
povo, disse que “proteste sem violência” e exija com “manifestações
pacíficas o retorno” da legalidade e da democracia no país. (TERRA,
2009) [560]
Por fim, depois de 85 dias, Zelaya retornou clandestina-
mente a Honduras e se abrigou na embaixada brasileira, tentan-
do, de lá, resistir ao golpe de estado que havia sido desfechado
contra o seu país.
Quatro meses depois, ele deixou a embaixada do Brasil, em-
barcando para a República Dominicana, com um salvo-conduto
assegurado pelo governo eleito de Porfírio Lobo.
Participação Norte-Americana
Conforme Stephen Zunes (2016),
Autoridades norte-americanas – mais notavelmente a então secretá-
ria de Estado Hillary Clinton – desempenharam um papel impor-
tante na prevenção do retorno de Zelaya ao seu gabinete e à junta
para a consolidação de seu poder diante dos massivos protestos não-
-violentos. 115 [561]
Sobre esse golpe, Chomsky afirma: “um golpe militar em
Honduras, que Obama legitimou quase sozinho e que criou uma
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