O Golpe – Brics, Dólar e Petróleo Euclides_Mance_O_Golpe_Brics_Dolar_e_Petroleo | Page 259

4. O Manual do Golpe
No Brasil, nas eleições de 2014, um levantamento do Labic –
Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura, da UFES,
Universidade Federal do Espírito Santo, comprovou que a comu-
nicação entre usuários no Facebook e Twitter foi “ fortemente in-
fluenciada pela atuação de robôs” que publicavam mensagens de
maneira coordenada, impactando no “trending topics” do Twitter
e nos “itens populares” do Facebook. Na análise feita durante um
debaste presidencial, o Labic
identificou indícios de que a campanha do candidato Aécio Neves
(PSDB) fez uso intenso dos robôs, tanto no Facebook como no Twit-
ter. […] No caso do Twitter, há dois tipos diferentes de robôs: os que
tuítam em grande quantidade mensagens diferentes e os que traba-
lham em grupo retuitando todos um mesmo usuário ou mensagem.
(ARAGÃO, 2014) [508]
Nos Estados Unidos, em 2016, a derrota de Hilary Clinton
foi marcada pela atuação de crackers que, valendo-se de servi-
dores russos, distribuíram nais de 2 milhões de mensagens em
favor da eleição de Trump. No caso do Twitter,
As 50.000 contas automatizadas que a empresa determinou que ti-
nham vínculos com a Rússia enviaram mais de 2 milhões de tweets
relacionados à eleição, entre 1 de setembro e 15 de novembro de 2016.
As contas retweetaram o então candidato Donald Trump 10 vezes
mais do que retweetaram sua rival Hillary Clinton [...]. As contas fo-
ram responsáveis por
​​ 4,25% de todos os retweets da conta de Trump
nas últimas semanas da campanha eleitoral e nos dias imediatamen-
te posteriores à votação. 97 (apud O’SULLIVAN, 2018) [509]
Pesquisadores do “Project on Algorithms, Computational Pro-
paganda and Digital Politics”, da Universidade de Oxford afirma-
ram que “o uso de contas automatizadas foi deliberado e estratégico
ao longo das eleições”. 98 (HOWARD, 2018) [510]
No estudo “Algorithms, bots, and political communication
in the US 2016 election”, eles definem “bots políticos como scripts
automatizados, projetados para manipular a opinião pública” 99 ,
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