O Golpe – Brics, Dólar e Petróleo Euclides_Mance_O_Golpe_Brics_Dolar_e_Petroleo | Page 213

2. Alguns Frutos do Golpe para os Estados Unidos, suas Empresas e Organizações nos Estados Unidos, Austrália, Chile e Espanha, países que também possuem forte vocação agropecuária. Ainda no plano internacional, a proposição vai ao encontro da De- claração de Dublin sobre Água e Meio Ambiente, que preconiza que “a água tem valor econômico em todos os usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econômico (...) o gerenciamento da água como bem de valor econômico é um meio importante para atingir o uso eficiente e equitativo e o incentivo à conservação e pro- teção dos recursos hídricos”. (IDEM) [421] Assim, não basta possibilitar a apropriação internacional 25% da superfície do território nacional. É preciso assegurar que possa haver também a apropriação empresarial das águas fluviais no país por quem possa pagar por elas. De fato, frente a escassez de águas que o fenômeno do aque- cimento global tende a acentuar e frente ao aumento do volume de “água purificada” engarrafada e vendida no mundo todo, há quem já fale de um mercado mundial de águas, tratando a água como commodity. Conforme o estudo publicado com o apoio da Unesco, Issues of Local and Global Use of the Water from the Amazon [Questões do Uso Local e Global da Água da Amazônia], Até os últimos anos, os técnicos tinham respostas rápidas para a acessibilidade da água: construir grandes represas, remover o sal da água do mar, transferir água por meio de aquedutos de áreas úmidas para áreas secas. Atualmente, tais soluções não são facilmente acei- tas, pois são muito custosas do ponto de vista ambiental e econômi- co. Como resultado, buscam-se soluções para diminuir a demanda, incluindo a privatização de serviços, cujo mercado poderia ser re- gulado pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Algumas conversas sugerem a criação de um mercado internacional de água, através do qual países com escassez de água poderiam comprar água de países com abundância; ou mesmo a criação de uma Organização de Países Exportadores de Água. (ARAGÓN, 2004, p.12) […] as Nações Unidas propuseram a implantação de uma “parceria global da água”. Seu princípio básico é economizar recursos hídricos combatendo a poluição e o desperdício de água. Outros acreditam numa solução mais radical. Eles acreditam que seria conveniente co- 212 de 382