O Golpe – Brics, Dólar e Petróleo Euclides_Mance_O_Golpe_Brics_Dolar_e_Petroleo | Page 151

1. Brasil e BRICS posicionando-se contrariamente à venda dos gasodutos. Mas o objetivo da direção não era, como se vê, realizar um bom negócio para companhia e sim privatizá-la aos pedaços. Com isso, se for concluída a privatização da Transportado- ra Associada de Gás, o transporte de gás natural no país tornar- -se-á praticamente um monopólio multinacional. E qualquer companhia, incluindo a Petrobras, para usar esses gasodutos, terá de pagar o preço que resulte da negociação com esse mo- nopólio privado, para o qual a geração de lucros está acima do interesse público. 1.20.4. Aumento de Preços do Diesel, da Gasolina e do Gás Oscilação dos Preços Conforme o Dieese, a oscilação do preço do petróleo no pe- ríodo que antecedeu a greve da Petrobras e dos caminhoneiros esteve associada a fatores externos e internos. De março a maio de 2018, houve um aumento, no merca- do internacional, de 23% na cotação do barril de petróleo. Entre outros fatores, segundo o Dieese, esse aumento foi consequência do retorno das sanções dos Estados Unidos (EUA) sobre o Irã, do aumento geral da tensão no Oriente Médio, envolvendo Israel, Pa- lestina e Síria, e da queda na produção de petróleo da Venezuela. Irã e Venezuela são dois grandes países exportadores de petróleo que, ao reduzirem as exportações, provocam aumento nos preços do barril, influenciando também o dos derivados. Além disso, desde o segundo semestre do ano passado, um acordo na Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), entre Arábia Saudita e Rússia, dois importantes produtores e representan- tes de polos politicamente opostos dentro da Organização, apontou para a necessidade de recomposição dos preços (leia-se, aumento da cotação internacional). Existem ainda dois fortes movimentos especulativos internacionais: um pela subida dos preços do petróleo, a partir da situação geopolí- 150 de 382