O Golpe – Brics, Dólar e Petróleo Euclides_Mance_O_Golpe_Brics_Dolar_e_Petroleo | Page 148
1. Brasil e BRICS
Em outubro de 2016, tem início a nova política de reajus-
tes dos derivados nas refinarias, com paridade de preços com o
mercado internacional, desprotegendo, assim, os consumidores
finais e os consumidores produtivos de derivados, isto é, todos
os atores econômicos no país que dependiam dos derivados de
petróleo em suas atividades produtivas ou logísticas.
1.20.2. Diminuição da Ocupação das Refinarias
Para aumentar a participação de outros atores no mercado,
Parente reduziu a ocupação da capacidade instalada das refina-
rias, levando à reestruturação das equipes de trabalhadores e ao
aumento do ganho de empresas estrangeiras com a importação
em massa de derivados pelo país, como veremos mais adiante.
Mas o foco da estratégia era mesmo privatizar o parque de refino
e a logística de distribuição dos derivados.
Com o fim da política de conteúdo local, isto é, de provi-
mento da Petrobras por fornecedores locais, tem-se um forte
processo de desindustrialização no setor naval no país e geração
de desemprego, encomendando-se no exterior as plataformas e
equipamentos para a exploração dos campos do pré-sal.
Além disso, avançou-se na venda de partes da companhia
– vendas que eram anunciadas, pela mídia golpista, como neces-
sárias para reduzir a dívida da empresa.
As obrigações existentes, oriundas, em sua maioria, de in-
vestimentos, eram administráveis com a própria expansão das
operações da companhia, conforme sua capacidade já instalada e
novas unidades de refino a serem concluídas.
Como se verá, mais adiante, Parente antecipou o pagamen-
to de dívidas cujo cronograma não requeria pagamento imedia-
to e que poderiam ser pagas sem a necessidade de alienação de
patrimônio, mas com o resultado de operações da empresa nas
atividades de refino e comercialização no Brasil e no exterior.
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