O Golpe – Brics, Dólar e Petróleo Euclides_Mance_O_Golpe_Brics_Dolar_e_Petroleo | Page 147

1. Brasil e BRICS Em sua gestão, Parente iniciou a privatização da produção de biocombustíveis, distribuição de gás, refinarias, produção de fertilizantes e participações na petroquímica e pôs à venda a BR Distribuidora, a Liquigás, a fábrica de nitrogenados de Três Lagoas e o gasoduto do Sudeste. Nesse período, já sob o novo marco regulatório do pré-sal, ocorrem vários leilões, asseguran- do a apropriação estrangeira de gigantescos volumes de petróleo brasileiro. 1.20.1. Plano de Negócios e Gestão 2017-2021 De fato, o Plano de Negócios e Gestão 2017-2021 da Petro- bras reduziu investimentos e iniciou a privatização da empresa [296], vendendo partes dela para a iniciativa privada. Um estudo do Ministério de Minas e Energia (2017), in- titulado Combustível Brasil, destaca que esse Plano apontou o seguinte como “estratégia para o segmento de refino, transporte, armazenamento e comercialização de derivados” [297]: (1) a promoção de uma nova política de preços e a maximização de margens na cadeia de valor; (2) a não garantia integral do abastecimento do mercado brasileiro, por entender que, em sua lógica de negócios, há a previsão do ingres- so de mais agentes para o atendimento total da demanda; e (3) o desenvolvimento de parcerias no downstream, possibilitando a introdução de outros atores no refino e na logística. (MME, 2017) [298] Assim, “embora o Brasil seja o quarto maior consumidor de combustíveis automotivos no mundo” (IDEM, p.11), o Plano pre- via não abastecer integralmente o mercado brasileiro, para que empresas privadas ocupassem maior espaço nesse abastecimen- to em “parceria” com a Petrobras – parceria que na verdade se revelou como venda de partes da companhia a grupos privados – para, assim, introduzir outros atores no refino e na logística. 146 de 382