Do Egito a Canaã | Page 6

ONIPOTÊNCIA

Mark Sweetnam
Esmagando o Poder do Faraó

Dois homens passaram pelo recinto do

palácio do Faraó . Embora sua aparência rude parecesse não estar de acordo com o esplendor do ambiente , apenas um dos dois se movia como um homem em terreno desconhecido , enquanto o outro caminhava com a costumeira facilidade de quem aprendeu a andar sobre esses mesmos ladrilhos e chegou à idade adulta nesses corredores . Seu nome e memória lhes garantiram o acesso à majestosa presença do poderoso Faraó , mas , como rapidamente se percebeu , não lhes deu qualquer garantia da boa vontade do Faraó . O escárnio seguiu o desdém em seu rosto enquanto ouvia a mensagem : " Assim diz o Senhor , Deus de Israel : Deixa ir o meu povo , para que me celebre uma festa no deserto " ( Êxodo 5:1 ). Essa não era a usual lisonja bajuladora a que o Faraó estava acostumado . Tal mensagem , tão austera e direta , e nada complacente , raramente tinha sido ouvida nesses salões majestosos . A resposta de Faraó foi igualmente direta : " Quem é o Senhor ", perguntou ele , cheio de arrogância em cada sílaba , " cuja voz eu ouvirei , para deixar ir Israel ? Não conheço o Senhor , nem tampouco deixarei ir Israel " ( v . 2 ). Sua pergunta receberia uma resposta que ele nunca previu , e que o mundo jamais esqueceu .
Faraó não foi o primeiro potentado a desafiar o poder de Deus , nem seria o último . Mas sua arrogância e intransigência o colocariam no centro de uma das maiores lições objetivas de onipotência que o mundo já viu . Deus disse a Faraó que o levantou " para mostrar o meu poder em ti e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra " ( Êxodo 9:16 ). Faraó poderia escolher não obedecer a Deus – e ele fez isso –, mas seja pela obediência ou pela desobediência , ele permaneceria para sempre como um monumento à onipotência de Deus .
Ao longo das Escrituras , as pragas e a Páscoa são repetidamente apresentadas como monumentos da onipotência divina e ainda têm muito a nos ensinar sobre esse importante assunto . Nas emergentes calamidades que abateram o Egito , não temos apenas a exibição arbitrária de poder inimaginável , mas milagres com uma mensagem ( como os verdadeiros milagres sempre são ). À medida que a amplitude dos milagres e do sofrimento crescia , também crescia a mensagem .
As pragas são divididas em três grupos , e cada divisão é marcada pela lição cada vez maior que Faraó deveria aprender : " Nisto saberás que eu sou o Senhor " ( Êxodo 7:17 ); "[…] para que saibas que eu sou o Senhor no meio desta terra " ( Êxodo 8:22 ); "[...] para que o meu nome seja anunciado em toda a terra " ( Êxodo 9:16 ). Uma consideração detalhada das pragas enfatizará essas mensagens de muitas maneiras , mas no escopo deste artigo , consideraremos três lições importantes sobre a onipotência do Deus de Israel – e nosso .
A Onipotência Divina é Ilimitada
Dizer que a onipotência divina é ilimitada é , obviamente , ceder à redundância . Onipotente significa todo poderoso : a escala infinita e o escopo do que Deus pode fazer estão embutidos na palavra . Mas saber o que onipotência significa é uma coisa bem diferente de entender com o que ela se parece . Ao assistirmos as marteladas do julgamento divino sobre o Egito , algo do significado completo de onipotência se torna aparente .
Ao considerarmos o alcance das pragas , aprendemos que a onipotência divina não pode ser evitada . Isso é enfatizado pela repetição da palavra " todo ", que ocorre 59 vezes em Êxodo 7-12 . Embora Deus tenha poupado Israel do pior das pragas , a destruição que caiu sobre os egípcios foi universal . Peste após peste caiu sobre todas as águas , toda a terra , todas as casas ,
6