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Barroso Noticias de 17 de Dezembro de 2014 7 A Desertificação!... Que Soluções para este Drama?!... Domingos Chaves O alerta para este drama que a todos assusta, está num estudo coordenado pela Universidade de Aveiro: “a continuar assim, em 2040 a faixa do interior do país que vai de Trás-os-Montes ao Alentejo terá perdido 157 mil habitantes”. Segundo o dito estudo – financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, que envolveu a Universidade de Aveiro, as Universidades de Coimbra e da Beira Interior e os Institutos Politécnicos de Castelo Branco e Leiria –, na lista negra e para além de outras regiões, consta igualmente Trásos-Montes, a que o concelho de Montalegre não sai imune. Contas feitas, em 2040, o Interior terá cerca de um terço da população actual, e se a tendência de declínio demográfico se mantiver, em 90 anos o interior perderá 75 por cento da população. Quer isto dizer – sem sombra para quaisquer dúvidas – que se o país não quer que o interior se desertifique, tem de haver uma política de fixação de pessoas. Conhecemos o discurso da falta de dinheiro para investir, mas ninguém pode acreditar que o país não pode parar. Portugal não é só Lisboa e as grandes áreas metropolitanas, e se nada fôr feito, daqui a 20 anos será tarde para recuperar o que já se perdeu, e o que daqui para a frente se vai perdendo. Deve dizer-se em abono da verdade, que o problema da desertificação não é resolúvel apenas com a boa vontade dos agentes políticos locais e das respectivas populações. O problema é muito mais vasto e profundo!... Para que o seu efectivo combate tenha sucesso, há em primeiro lugar, a necessidade de um forte investimento público, designadamente ao nível das vias de comunicação e das infraestruturas, de modo a tornar a região mais atractiva, quer para a permanência, quer para as deslocações das populações. O que acontece porém, é que tais medidas tardam, e que por via da crise e com a regionalização na gaveta sem se saber até quando, alguma coisa tem de ser feita, sob pena do poder central, continuar a esquecer uma região, que só serve para aquilo que muito bem entende. No caso concreto do concelho de Montalegre, vamos então a números: segundo fonte do INE-Instituto Nacional de Estatística, a população do concelho, incluindo todas as faixas etárias, era em 1960 de 32.728 indivíduos, distribuídos por 11.626 dos 0 aos 14 anos; 19.066 dos 15 aos 64 e 2.036 com mais de 65 anos. Em 1970, a mesma população desceu para os 22.925 indivíduos, em 1981 para os 19.403, em 1991 para os 15.464 e em 2011 para os 10.537 indivíduos. Ainda segundo dados oficiais, a população no ano de 1991, apontava para 3.120 indivíduos com idades entre os 0 e os 14 anos; 9.165 dos 15 aos 64 anos e 3.179 com mais de 65 anos. Segundo a última projecção – census de 2011- o número total de indivíduos, era de 10.537, dos quais 1.003 se situam na faixa etária entre os 0 e os 14 anos; 979 entre os 15 e os 24 anos; 5.074 entre os 25 e os 64 anos e 3.481 com 65 ou mais anos. Significa isto, que só nos últimos 51 anos, a população do concelho teve um decréscimo de 22.191 indivíduos e que nos últimos 20 anos, já após se ter atingido o auge dos fluxos migratórios, houve igualmente um decréscimo de cerca de 4.927 indivíduos, segundo as projecções do INE e da própria Câmara Municipal. Ora isto é simplesmente assustador!... Mas… colocada a situação, como então invertêla ou no mínimo estagná-la?!... Não tenho dúvidas, de que o actual executivo camarário, tem feito um bom trabalho à frente dos destinos do Município, talvez e até ver – em minha opinião - o melhor da “era democrática”. Como diz o Presidente, conseguiu “colocar Montalegre no mapa” e o seu nome fica efectivamente ligado aos últimos grandes eventos que por aí passaram e que deram a conhecer o concelho ao mundo e ao desenvolvimento da economia local. Todavia há que dizer, que o concelho não é apenas a vila, e que há mais vida para além da respectiva sede. Já no “longínquo” ano de 2008, realizou-se em Salto, um Colóquio subordinado ao tema da desertificação!... Nesse mesmo Colóquio, o anterior Presidente da edilidade, Fernando Rodrigues, não se inibiu de abordar o assunto e segundo as