Barroso
Noticias de
16 de Outubro de 2014
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Monumento aos Combatentes
inaugurado há 20 anos em Lisboa
Fez 20 anos, em 15
de Janeiro último, que foi
inaugurado em Lisboa, junto
ao Forte do Bom Sucesso, em
Belém, o Monumento Nacional
que dá nas vistas de quem chega
ou de quem parte, por terra, mar
e ar. Como e porque apareceu
ali, em tão nobre espaço, tão
insólito e polémico Monumento
que perpetuará, pelos séculos
fora, «os melhores de nós todos»
que foram cerca de um milhão
de jovens, entre 1961 e 1974,
nove mil dos quais perderam
a vida nas antigas Províncias
Ultramarinas?
Impunha-se
inscrever na História de Portugal
e para memória futura, o
simbolismo desse Monumento,
cuja
ideia
nasceu
em
Guimarães, em 1984, no seio da
Associação dos ex-Combatentes
do Ultramar. Em 29 de Janeiro
de 1987, na sede da Liga dos
Combatentes, foi constituída a
Comissão Executiva, formada
por representantes de oito
instituições,
alinhadas
por
ordem cronológica da sua
fundação, a saber: Sociedade
Histórica da Independência de
Portugal (1861); Sociedade de
Geografia de Lisboa (1875); Liga
dos Combatentes (1924); ADFA
(1974); Associação de Comandos
(1975);
AEFAP,
(1977);
Associação dos Ex-Combatentes
do Ultramar (1982); e Associação
Força Aérea Portuguesa (1983).
Nessa data foi deliberado,
por unanimidade, confiar a
presidência dessa Comissão ao
General Altino de Magalhães, na
sua qualidade de Presidente da
Liga dos Combatentes. Para além
da Comissão Executiva foram
também instituídas: a Comissão
Técnica, para elaboração do
projecto do Monumento e a
abertura de concurso público
aberto a todas as equipas
de reconhecido mérito em
arquitectura e a Comissão de
Honra para que a construção
do Monumento envolvesse
toda a sociedade civil, desde o
Presidente da República, a todos
os órgãos de soberania. O então
Presidente da República recusou
o convite, alegando que essa
intenção implicava uma imagem
pública
de
concordância
com a Guerra do Ultramar
que ele (Mário Soares) não
partilhava. Tal recusa fez com
que a Comissão de Honra não
fosse por diante. Apesar dessa
resistência a Comissão Executiva
não desanimou, antes entendeu
que deveria ter «o vulto de um
Monumento Nacional e que era
urgente a sua construção. E para
ter a maior dignidade e transmitir
força, serenidade e respeito,
deveria convidar à meditação
profunda do amor à Pátria e
à exaltação do cumprimento
do dever cívico. Mais: deveria
prever-se a organização adicional
de um Museu do Combatente.
O Ministro da Presidência e
da Defesa Nacional (Eurico
de Melo) concordou com o
caderno proposto pela Comissão
Executiva e aprovou o espaço
sugerido para a construção do
Monumento, processo moroso
que apenas foi concluído em
21/09/1990, já sob a tutela do
Ministro Fernando Nogueira.
A abertura do concurso para o
projecto foi publicada no DR.
de 5 de Maio de 1991, 3ª série
e ganhou-o a proposta do Arqtº
Francisco Guedes de Carvalho.
A execução desse projecto foi
entregue, por unanimidade e sem
reclamações dos restantes quatro
concorrentes à Firma Amadeu
Gaudêncio que apresentou
a
proposta
mais
baixa:
95.598.967$00. A obra seria
inaugurada, solenemente, em
15/01/1994, sob a Presidência
do PR, debaixo de muitos
apupos e grande contestação.
O orador oficial convidado foi
o Prof. Doutor Adriano Moreira.
Do Ministério da Defesa, de
algumas Câmaras Municipais,
Juntas de Freguesia, empresas
e cidadãos individuais, foram
reunidos 8.839.540$00. Com
algumas verbas que sobraram foi
deliberado colocar nas Muralhas
do Forte do Bom Sucesso os
nomes de todos aqueles que
perderam a vida em combate.
E foram cerca de 9 mil. Essa
segunda inauguração ocorreu
em 5/2/2000. Por despacho
de 16/10/1998 a Comissão
Executiva foi dissolvida, por já
não se justificar e foi atribuída à
Liga dos Combatentes a gestão
daquele Monumento e também
o espaço envolvente.
Tudo isto e algo mais pode
ler-se no livro Monumento
aos Combatentes do Ultramar
(1961-1974), da autoria do
General Altino de Magalhães
que, ao tempo, era Presidente
da Liga. Um valioso testemunho
porque ninguém melhor do
que ele conheceu os passos
deste monumento nacional.
Em
9/4/1989, durante as
cerimónias da Batalha de La
Liz, perante o vice-primeiro
Ministro e Ministro da Defesa,
Altino de Magalhães anunciou a
abertura do concurso para a sua
Construção e afirmou: «Como
é do conhecimento público a
Associação dos Combatentes
do Ultramar, com sede em
Guimarães, lançou há cerca de
4 anos a ideia da construção
desse Monumento».Na página
19 do memorial editado em
2008 pela EUROpress confirma:
«A Associação dos Combatentes
do Ultramar (em Guimarães),
no seu jornal Sentinela, em
Março de 1985, referindo-se à
construção desse Monumento,
exprimiu que teriam o maior
mérito todos os apoios para
essa real