DEUS É BOM
Paul Thiessen
O
Senhor Jesus disse a um jovem
príncipe rico: "Ninguém há bom,
senão um, que é Deus" (Lucas
18:19). A frase clichê, muito utilizada,
"Deus é bom" é, geralmente, usada
quando coisas boas acontecem conosco.
Na verdade, muitos crentes limitam essas
palavras aos momentos em que coisas
boas acontecem a eles. "Deus foi tão
bom comigo que me deu o emprego dos
meus sonhos"; "Deus é tão bom que me
devolveu minha saúde"; ou "Deus é tão
bom que tivemos um ano muito bom para
os negócios". Mas o que falamos quando
uma irmã da igreja soube que ela tinha um
tumor e, quando foram operá-lo, viram
que era inoperável? Qual é a situação
quando um irmão perde seu negócio em
uma crise financeira? O que dizer dos pais
que há anos têm sido incapazes de ter um
bebê e, quando um filho finalmente chega,
ouvem logo após o nascimento que há
pouca esperança de vida? Como Deus é
bom quando eu quero que minha família
sirva ao Senhor, mas uma tragédia divide
a minha família? Deus só é bom quando
coisas boas acontecem? A resposta óbvia
é "não". Isso levanta a questão: "Deus
ainda é bom, mesmo quando coisas ruins
acontecem?"
Nós lemos as palavras "Deus é bom" em
nossa Bíblia. No Salmo 73:1, Asafe diz:
"Verdadeiramente, bom é Deus para com
Israel". Outro salmo diz: "Bom e reto é o
Senhor" (25:8). "Bom" é uma palavra mais
fácil de ser compreendida do que descrita.
Fala de virtude moral. Os sinônimos
que vêm à mente quando pensamos na
palavra "bom" são agradável, satisfatório,
aprazível, benéfico e útil. É uma palavra
que descreve uma pessoa, bem como uma
coisa.
É de extrema importância saber que o
caráter de Deus é bom. Deus é sempre e
tão somente bom; nada além de coisas
boas podem vir dele. Quando dizemos que
Deus é intrinsecamente bom, queremos
dizer que é uma parte essencial de Sua
natureza. Todo o Seu ser é bom, e não
há nada de mau ou perverso que pode
manchá-Lo. É apenas natural que Deus seja
bom. Sua bondade é infinita, como todos
os outros traços do caráter de Deus. Deus
não tem pontos fracos nem pontos fortes.
Quando Paulo lista benignidade junto com
paciência e longanimidade em Romanos
2:4, elas são exatamente e infinitamente
as mesmas em valor moral. Quando ele
contrasta bondade e severidade, ambas
são 100% verdadeiras, sem que uma tire
nada ou contradiga a outra (Romanos
11:22). A bondade de Deus, como qualquer
outro atributo, é absoluta, o que significa
que não tem fraqueza ou mudança.
A criação de Deus é boa. Ao lermos o
primeiro capítulo de Gênesis, é notável
que a palavra "bom" é usada sete vezes. A
luz, a terra seca, o mar e as criaturas são
todos descritos como "bons". Finalmente,
Gênesis 1:31 diz: "tudo quanto tinha feito
[...] era muito bom". A bondade de Deus
tornou-se evidente logo no começo do
mundo. É difícil imaginar um mundo que
só tivesse coisas boas – não havia medo
de que algo ruim acontecesse; não havia
medo de algum perigo à espreita em algum
lugar. O universo inteiro era bom, e tudo
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