Neurologia Manual para pessoas com Parkinson | Page 36
cuidador for disponível e otimista, tendo a noção de que tem que haver
sempre mais qualquer coisa que se possa fazer, pesquisando, informando-se e contactando sempre com o médico assistente e técnicos respetivos.
Para que o cuidador possa ajudar é necessário que esteja bem quer física, quer psicologicamente. A ansiedade (em especial do cuidador familiar)
pode, também, ser reflexo do agravamento do estado de saúde do doente,
pelo que, de qualquer modo, tem que ser investigado. Um cuidador que
esteja bem e ativo pode melhorar o prognóstico e a qualidade de vida do
doente com Parkinson.
O papel do cuidador é fundamental na prestação dos cuidados domiciliários, evitando a institucionalização precoce.
Adaptação do domicílio
O espaço da casa deve estar estruturado de modo que o doente circule
à vontade, sem perigo de acidente. Haverá necessidade de algumas adaptações, de acordo com o estado no momento e a possível evolução da doença.
As portas devem ter a largura suficiente para o doente circular, se necessário
em cadeira de rodas. O piso da casa não pode ser escorregadio, encerado ou
irregular. O mobiliário em excesso deve ser retirado e o restante disposto de
modo a que o doente não esbarre com cadeiras, mesas ou fios soltos no chão.
O espaço usado pelo doente não deve ter tapetes soltos, mesmo que tenham antiderrapante, porque as pontas podem ficar mais altas e o doente
poderá tropeçar.
As cadeiras que utiliza devem ser altas e com apoio para os braços, mesmo no quarto, para se poder vestir e calçar. Tem que haver boa iluminação
dos espaços, as escadas têm que ter corrimão e os degraus não podem ser
altos. Na cozinha os utensílios devem ser inquebráveis e as superfícies o
mais antiderrapante possível.
A casa de banho poderá ter a banheira substituída por poliban grande,
sem degrau, com uma porta com dimensão que permita a entrada de uma
cadeira. Caso esta transformação não seja possível, existem no mercado ca36