VICENTE AMORIM VILLAÇA – RERK
Eu tinha um amigo unicórnio na época da faculdade que fazia exercícios
anaeróbicos. Um rapaz deveras esbelto, que retinha suas tetas flácidas no
liquidificador.
Ouvindo o hino do Cazaquistão, cantava aos poucos a canção da Chica
Pelega. Era um processo lento e de anos, mas sua voz emitia gemidos claros,
clássicos e lúcidos, que queimavam no ovo da verdade.
“Me chamo Rerk, e essa é a minha história” – Dizia sempre.
Ele era engraçado, pena que queimaram ele em uma churrasqueira. Que
descanse em pás e em paz. Um belo trocadilho, digno do Rerk. Mas ele era babaca.
Nunca me apeguei a ele, embora eu tenha me apaixonado por ele certa vez. Tempos
obscuros...
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