MICAELA LEITÃO – PETER
Peter era um bom menino, poliglota, vindo de um país estranho. Um país da
Europa, em que todos vestiam saias no lugar das bolachas champagne em cima do
bolo. Ele era grande e se virava sozinho. A motivação era tanta que o fazia vibrar sem
medo... Quanta coisa dizia sem poder, “mas bah, quem liga se chegar o dia em que
ninguém mais quiser minha companhia”, pensava ele.
“Quantos aniversários tenho pela frente? Nem sei como vai ser o dia de
amanhã”. Era por isso que Peter não gastava tempo sempturando, a vida não dá
tempo para isso, bolas! “Eu sempre soube que você iria longe meu filho”, disse sua
tia moradora do Brasil. Ele não entendeu, pois sua poliglotomia não incluía
Português. “Ai, meu Deus, descobri que não vou morrer tão cedo, terei de me matar
quando cansar dessa existê