Minha primeira Revista Desperta comunicação organizacional | Page 29

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Cerca de 1,7 milhão de jovens de 14 a 17 anos estão fora dela. Com base em dados de julho/2018, apresentados por Ana Lima, diretora-executiva do Instituto Paulo Montenegro/Ibope, os principais motivos para a interrupção dos estudos são: trabalho (39,7%), falta de interesse (20,1%) e cuidar de pessoas ou afazeres domésticos (11,9%). “O jovem precisa enxergar a escola como uma opção que vai ajudá-lo a ter um futuro melhor, mas, para isso, ela precisa ser mais atrativa, falar a língua dele”, afirma Lima. Os jovens que abandonam os estudos em parte o fazem, pois não veem a escola como sendo necessário e que pode os auxiliar a conquistar uma mudança de vida, e eles veem apenas como um empecilho para se alcançar uma vida digna dentro de um contexto onde as diferenças sócio-econômicas no país são extremamente visíveis.

Desse modo, muitas crianças e jovens acabam por não conseguir, de fato, desenvolver uma real noção sobre a sociedade ao qual se estão inseridos, entender sua própria cultura e acabam por distorcer, por vezes, a própria realidade ao qual se está. Por esse motivo, modos de vida sustentáveis são mais difíceis de ser alcançados, pois segundo a definição de sustentabilidade para que ela exista é preciso a realização de ações e conscientização de que as necessidade atuais não podem de modo geral implicar no não alcance das necessidades das próximas gerações no futuro.

Esse desenvolvimento sustentável se mantém sólido em três pilares: o social, engloba as pessoas e suas condições de vida, como educação, saúde, lazer, dentre outros aspectos; o ambiental, refere-se aos recursos naturais do planeta e a forma como são utilizados pela sociedade, comunidades ou empresas; o econômico, relacionado com a produção, distribuição e consumo de bens e serviços. A economia deve considerar a questão social e ambiental. Sem acesso a educação de qualidade e equitativa, estudantes continuam invadindo as escolas em um ciclo que irá se manter se mudanças não forem realizadas, pois o modo de ver a educação no Brasil deve ser mudada aos olhos dos estudantes até o ponto de suas perspectivas sobre suas próprias vidas se alterem, visando o alcance de um desenvolvimento escolar e de vida dignos.