Military Review Edição Brasileira Quarto Trimestre 2016 | Page 81
ARTILHARIA
A 101a Art Div foi reativada, em 2014, e participou em dois exercícios de combate (warfighter exercise
— WFX) de nível divisão em um ano. Durante esses
exercícios, a 101a Art Div reaprendeu habilidades
essenciais, desenvolveu novos procedimentos e teve a
oportunidade singular de reavaliar as lições aprendidas para melhor identificar as práticas para lidar com
desafios organizacionais e operacionais. Este artigo
proporciona uma breve retrospectiva dos exercícios de
combate e dos problemas comuns dos fogos, esboça o
contexto dos cenários de treinamento da 101a Art Div
e resume quatro importantes lições aprendidas como as
“melhores práticas”.
Retrospectiva dos Exercícios
de Combate e os Problemas
Frequentemente Observados
Os WFX são eventos distribuídos em vários locais,
de vários escalões e de múltiplos componentes focados
no adestramento do Comando de Missão em cenários
de operações terrestres unificadas, para os comandantes e estados-maiores de nível brigada, divisão e corpo
de exército1. Esses cenários se concentram nas tarefas
essenciais para a missão e nas competências centrais de
combate, empregando um ambiente operacional ajustável contra um adversário híbrido e de poder de combate
equiparado em um teatro de operações austero.
O Mission Command Training Program (MCTP,
“Programa de Treinamento do Comando de Missão” ),
do Centro de Armas Combinadas do Exército dos
EUA, no Forte Leavenworth, Kansas, é o principal
centro de treinamento de combate para a instrução
de Comando de Missão e é o anfitrião dos WFX2. Os
observadores, controladores e instrutores são especialistas da área que orientam, ensinam e aconselham os
estados-maiores participantes, enquanto os mentores
seniores do MCTP guiam os comandantes durante
eventos de treinamento.
A experiência mostrou que os instrutores e mentores do MCTP registram, continuamente, os problemas
comuns enfrentados por todas as unidades observadas
por eles. Por exemplo, entre as funções de combate, a
maioria dos problemas procede dos desafios associados
com a integração e a sincronização dos esforços da divisão no nível operacional. As divisões frequentemente
têm dificuldades para definir limites entre as operações
de combate profundas e aproximadas e as operações de
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segurança; sincronizar a manobra das armas combinadas; e para efetivamente atingir os alvos estabelecidos.
Também, continuamente subestimam as necessidades
de apoio e planejam de forma insuficiente as medidas
de proteção. Focando no apoio de fogo, os observadores
do MCTP frequentemente observam que as Art Div
têm difficuldades em acrescentar peso ao esforço principal com meios de artilharia, apresentam planejamento insuficiente e produzem análises limitadas durante
as fases de decisão, detecção, condução e avaliação do
processo de planejamento dos fogos3.
Surpreendentemente, a 101a Art Div experimentou raramente essas deficiências durante os seus dois
exercícios de combate. Isso permitiu que a organização se concentrasse, em vez disso, na melhoria de suas
habilidades coletivas para a execução dos fogos e no
desenvolvimento de técnicas necessárias para apoiar a
Divisão.
Os Cenários de Treinamento da 101a
Art Div
A 101a Art Div participou dos exercícios de combate WFX 15-05 e 16-02. O primeiro ocorreu em apoio
ao 36a Divisão de Infantaria (Guarda Nacional do
Texas), menos de oito meses após a ativação da Art Div.
Esse evento serviu como o exercício de validação da
101a Art Div. Ainda, proporcionou uma oportunidade
para testar a modularidade da unidade ao fazê-la servir
como o Comando de Artilharia divisionária para uma
Divisão da Guarda Nacional, de acordo com a diretriz
Army Total Force (“Força Total do Exército”)4.
No segundo exercício a unidade apoiou a 101a
Divisão Aeroterrestre (Assalto Aéreo), e foi a primeira
vez que foi completamente integrada com a sua divisão
original, como o Comando de Artilharia da Divisão.
Os dois cenários replicaram um ambiente de ação
decisiva [ação decisiva: as combinações contínuas de
apoio ofensivo, defensivo e de estabilização ou de apoio
defensivo às tarefas das autoridades civis — N. do T.]
em um país fictício. O principal adversário possuía
capacidades equivalentes (i.e., sistemas de combate com
capacidades semelhantes ou melhor do que as nossas) e
se apresentava como uma ameaça híbrida, combinando
forças convencionais e irregulares. Cada cenário continha elementos semelhantes, como ultrapassagens através das forças da nação anfitriã, operações ofensivas,
transposição de rio-obstáculo defendido pelo inimigo e
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