Military Review Edição Brasileira Quarto Trimestre 2016 | Page 47

LIDERANÇA E GERENCIAMENTO foram para as organizações do Exército ? O restante deste artigo abordará cada princípio para responder a essas perguntas .
Promover uma cultura que fomenta a liderança e o gerenciamento de excelência . Devido à sua grande influência , o primeiro princípio aborda , apropriadamente , a cultura . Para ser efetivamente empregados , os elementos de gerenciamento eficaz precisam ser valorizados pela cultura do Exército . No entanto , isso não é um atributo universalmente aceito no Exército hoje . Por exemplo , imagine qual seria a reação se um comandante de divisão , tentando elogiar um dos seus comandantes de batalhão , exclamasse publicamente , “ Smith , você é a droga do melhor gerente desta divisão !” Como é que Smith iria se sentir ? É provável que os outros comandantes de batalhão diriam silenciosamente a si mesmos , “ Estou feliz que ele não tenha dito isso sobre mim ?”
O impacto de tal aversão institucional a ser rotulado como um bom gerente ao invés de líder é evidente na pesquisa de opinião do Army Management Staff College , de 2016 , anteriormente mencionada . Estudantes , com frequência , citam uma cultura que não valoriza o tino empresarial como a razão principal por que eles se sentiram despreparados profissionalmente para esse domínio6 . Quais são algumas das manifestações tangíveis de uma cultura que não valoriza o gerenciamento em nosso Exército atual ? Abaixo , discutiremos algumas delas .
A gestão de recursos é quase sempre reduzida a uma abordagem simples e muito despendiosa de “ usar ou perder ”. É geralmente desprezada como o domínio dos “ contadores de centavos ” e não é considerada uma alta prioridade entre as muitas responsabilidades de comando . Consequentemente , os assuntos de custo , planejamento organizacional , capacidades dos sistemas de informações e administração de desempenho não são considerados como “ negócios do comandante ” e são frequentemente rebaixados aos subcomandantes e aos oficiais administrativos .
Em contraste , no Quartel-General do Exército do Comando do Pacífico dos EUA ( USARPAC ) a liderança e o gerenciamento trabalham de comum acordo , e os resultados têm sido impressionantes . Sob a direção do comandante do USARPAC , o gerenciamento objetivo é enfatizado como uma valorosa característica de liderança e um elemento-chave na cultura de comando .
Uma técnica empregada efetivamente pelo USARPAC para incutir o gerenciamento no seu ambiente organizacional é uma reunião trimestral em todos os escalões para analisar , de modo abrangente , o progresso do comando face o seu plano estratégico . Segundo o Chefe do Estado-Maior , Gen Bda Chris Hughes , “ Esse processo induz a comunicação , a colaboração e o pensamento crítico da organização ”. Hughes continua , “ O Gen Brooks desafia continuamente a sua equipe sênior a achar maneiras de conseguir mais com os seus esforços : nenhum novo início , apenas novos resultados ” 7 . Da mesma forma , a mudança organizacional , programas de inovação e a institucionalização de uma “ cultura de custos ” — evidência de uma cultura que valoriza muito as práticas de gerenciamento — contam com uma alta prioridade no USARPAC .
Estabelecer uma visão e uma estratégia organizacional compartilhadas . Este princípio é fundamental . Apesar da reputação das Forças Armadas de serem mestras da arte estratégica , estratégias organizacionais para as operações de não contingência são frequentemente ausentes ou deficientes . A maioria dos comandantes militares está familiarizada com o processo de formular uma estratégia e planejar derrotar um adversário dentro de uma dada área de operações . Contudo , pode-se dizer , talvez uma tarefa mais difícil seja projetar uma estratégia plurianual que permita que a organização vença em um ambiente complexo e variável com várias partes interessadas , frequentemente com interesses concorrentes ou conflitantes . Por exemplo , considere o desafio envolvido em formular uma estratégia plurianual para o Comando de Recrutamento do Exército dos EUA para convencer cidadãos norte-americanos qualificados que devem alistar , em números suficientes para satisfazer as crescentes necessidades de mão-de-obra em meio às mudanças das condições sociais , econômicas e demográficas . Considerando que as habilidades necessárias para desenvolver tal quadro de referência são bastante diferentes da arte operacional normal , os comandantes militares geralmente são desafiados pela condução desse tipo de tarefa . No entanto , muitos são bem-sucedidos .
Um exemplo de sucesso organizacional é o Fort Stewart , na Geórgia , sede da 3a Divisão de Infantaria . A instalação ganhou seis vezes o cobiçado prêmio de Comunidade de Excelência do Exército , um feito inédito , sendo o mais recente em 2015 . Para conseguir
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