Military Review Edição Brasileira Quarto Trimestre 2016 | Page 20

(Imagem cedida por Wikimedia Commons) A Noite Estrelada (1889), óleo sobre tela, de Vincent van Gogh. Quando líderes deixam de considerar a guerra apenas como uma ação violenta do Estado e passam a enxergá-la como qualquer tipo de agressão organizada que vise a causar dano — ações violentas fisicamente ou de outro modo — em prol de interesses políticos, o campo de entendimento sobre o que consiste em guerra se amplia. Negar que toda violência ou agressão a serviço de interesses seja guerra limita as abordagens estratégicas para engajar os inimigos. O Livro Branco Redefining the Win (“Redefinindo a Vitória”, em tradução livre), de 2015, do Comando de Operações Especiais do Exército dos EUA, descreve um espectro de conflitos (veja a figura)10. Utilizando esse espectro, o Livro Branco coloca a guerra não convencional em uma vaga área “cinzenta”, em que não chega a ser “guerra política”, mas também não chega a ser guerra exatamente. A implicação é que, em uma área 18 intermediária e indefinida de “guerra não convencional”, é bem provável que os EUA se recusem a sancionar a violência organizada ou a enxergar a situação como guerra (embora a violência organizada e politicamente motivada ocorra com regularidade) com base nos limites definidos para “ir à guerra”. Essa é a diferença marcante entre a maneira restrita pela qual os EUA entendem a guerra e o que poderia ser sua natureza mais ampla. Para os EUA, a guerra é convencional e definida e tem a aparência da “Praia de Omaha” o