Military Review Edição Brasileira Quarto Trimestre 2016 | Page 112

Quatro suspeitos cometeram suicídio , ao detonarem um grande dispositivo explosivo no prédio , matando um policial e ferindo outros onze30 . As autoridades espanholas não estavam preparadas nem aptas a conduzir uma incursão contra uma ameaça assimétrica em seu próprio solo .
Conclusão
Os Estados membros da OTAN precisam de uma instituição central de apoio , caso se vejam diante de uma enorme crise terrorista , e as F Op Esp da organização devem exercer esse papel . Além disso , as F Op Esp da OTAN devem ser devidamente providas de recursos , de modo que suas capacidades de C Trr atendam às necessidades das nações parceiras . No caso dos terroristas de Madri , essas necessidades talvez houvessem incluído pessoal e equipamentos de desativação de material bélico explosivo , a definição de quais unidades estavam prontas para a missão e o transporte até Madri .
Um outro desafio a ser enfrentado é a inexistência de requisitos de capacidades mínimos de C Trr das F Op Esp da OTAN . A AJP-3.5 apresenta os requisitos de capacidades mínimos para uma série de elementos das F Op Esp da OTAN , incluindo unidades terrestres e marítimas31 . Esses requisitos de capacidades mínimos incluem habilidades especiais , como “ guiamento de munições de precisão por meio de equipamentos de controle ” para um elemento terrestre e “ abordagem forçada em embarcações ” para um elemento marítimo32 . Entretanto , nenhuma das estruturas posicionáveis das F Op Esp da OTAN conta com capacidades definidas de C Trr . De fato , não existem requisitos de capacidades mínimos doutrinários de C Trr para as F Op Esp da OTAN na AJP-3.5 . Caso invocasse o Artigo 5 hoje e incluísse um requisito de apoio de C Trr , um Estado membro sob ataque provavelmente receberia uma miscelânea de capacidades de C Trr .
O Maj Margus Kuul , da Estônia , sugere , em “ NATO SOF Countries ’ Three Main Mission Sets : Direct Action , Special Reconnaissance , Military Assistance ”, que a maioria dos integrantes das F Op Esp da OTAN não dispõe dos recursos para manter as capacidades dessa área , incluindo capacidades secundárias fundamentais , como operações marítimas33 . Cabe fazer a seguinte pergunta : quais requisitos de capacidades mínimos valem mais no atual ambiente de ameaças : os relativos ao C Trr , como o resgate de reféns e os caçadores urbanos , ou os relacionados a habilidades marítimas , como “ nado operacional de combate utilizando equipamento de mergulho autônomo com dispositivos explosivos portáteis ( man-pack )?” 34 A resposta está além do escopo desta análise , mas a pergunta terá de ser respondida pelo comando das F Op Esp da OTAN , caso o C Trr passe a ser uma de suas missões principais em um ambiente com restrição de recursos .
Kuul recomenda “ mapear as capacidades reais ” das unidades de F Op Esp dos Estados parceiros a fim de identificar necessidades específicas35 . Uma análise das capacidades existentes de C Trr das F Op Esp da OTAN decerto geraria benefícios se o C Trr fosse adotado como uma missão principal . Antes de estabelecer os requisitos de capacidades mínimos de C Trr para as F Op Esp da OTAN , deve ser feita uma análise dos programas de adestramento e da doutrina de todos os Estados membros da organização para identificar o meio mais eficiente para a padronização e adestramento de C Trr para as F Op Esp da OTAN .
O terrorismo na Europa continuará a ampliar-se no futuro próximo e , independentemente da atual doutrina e política da OTAN , o C Trr crescerá em importância para as F Op Esp da organização , que não devem esperar até que uma próxima crise terrorista influencie os políticos e os leve a forçar uma mudança na doutrina de C Trr . Devem começar a preparação para o C Trr como uma missão principal hoje , caso queiram ser relevantes quando um Estado membro invocar o Artigo 5 .
Devem ser tomadas algumas medidas na expectativa de um realinhamento formal das missões principais . Primeiro , é preciso conduzir uma análise franca das capacidades de C Trr de todos os integrantes de F Op Esp da OTAN . Segundo , deve-se iniciar um diálogo entre os Estados parceiros sobre que funções de apoio de C Trr as F Op Esp da OTAN devem ou podem prover , após uma invocação do Artigo 5 por um ou múltiplos Estados . Por último , cabe analisar a doutrina de C Trr das F Op Esp de Estados membros para formular o melhor plano de padronização de adestramento e alocação de recursos à missão de C Trr . Dentro do espírito do ditado “ F Op Esp competentes não podem ser criadas depois que as emergências acontecem ”, o mesmo se aplica às parcerias , doutrina ou capacidades de missão de C Trr36 .
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