Military Review Edição Brasileira Quarto Trimestre 2016 | Page 109
OP ESP DA OTAN
(Foto de Peter Andrews, Reuters)
Integrantes da força militar especial polonesa do Grupa Reagowania Operacyjno-Manewrowego (“Grupo de Resposta de Manobra
Operacional”, ou GROM) removem reféns durante adestramento em resgate, 13 Abr 12, como parte dos preparativos para o torneio de
futebol UEFA Euro 2012, em Gdansk, na Polônia.
de desestabilizar a Europa10. Só a Alemanha previa
receber entre 800 mil e 1 milhão de refugiados até o
final de 2015. Acredita-se que alguns deles tenham
viajado com passaportes sírios falsos11. Sabe-se que pelo
menos um dos responsáveis pelos ataques de novembro
de 2015 em Paris viajou com um passaporte desses, e
a Frontex (agência de controle de fronteira da União
Europeia) informou que alguns indivíduos solicitaram
status de refugiado com base em sua falsa cidadania
síria12. O Serviço Geral de Inteligência e Segurança da
Dinamarca relatou que, na primeira década do século XXI, grupos terroristas como a Al Qaeda estavam
“se infiltrando secretamente” na Europa13. Essas redes
terroristas estabelecidas na Europa terão, agora, uma
nova oportunidade para recrutamento, com base nessa
onda de migração em massa da Síria e de outras partes
do Oriente Médio.
O terrorismo islâmico na Europa está, muitas vezes,
vinculado, direta ou indiretamente, à imigração e aos
desafios de integração social ou rejeição da assimilação,
até mesmo na segunda ou terceira gerações14. A crise de
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refugiados de 2015 transformou a ameaça de terrorismo na Europa. Primeiro, organizações terroristas como
a Al Qaeda e o EI provavelmente tentarão inserir agentes terroristas na população de refugiados legítimos,
a fim de conduzir ataques ou formar um novo núcleo
na Europa15. Segundo, os ex-combatentes que estejam
fugindo ou retornando de áreas de combate do Oriente
Médio e do norte da África continuarão a representar
uma ameaça terrorista. A desilusão com o processo de
reintegração e com os desafios da sociedade ocidental
pode levar esses indivíduos com experiência em combate a se radicalizarem e a estabelecerem, ou restabelecerem, antigos contatos terroristas16. A terceira ameaça
é o possível aumento do n úmero de imigrantes de
segunda ou terceira geração sendo radicalizados como
células independentes ou em colaboração com um dos
dois grupos citados anteriormente17. Considerando os
ataques do EI em Paris em 2015 e a migração em massa
de refugiados de países devastados pela guerra, está na
hora de as F Op Esp da OTAN adotarem o C Trr como
uma de suas missões principais.
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