Military Review Edição Brasileira Março-Abril 2014 | Page 83
guerra cibernética
são dispersas e descentralizadas, como é o caso do
grupo Anonymous. Marshall McLuhan proclamou
que o “meio é a mensagem”. Para os hacktivistas, o
meio é o etos. A estrutura do grupo também é um
reflexo de seu etos. Como um grupo fracamente
ligado de ativistas sociais virtuais, o Anonymous se
orgulha de ser desestruturado, sem uma hierarquia
ou autoridade central. Essa estrutura nebulosa
tem vantagens estratégicas, mas, como Olson
aponta no capítulo
“Guerra Civil”, essas
características têm se
mostrado problemáticas operacionalmente.
Devido à estrutura
flexível do Anonymous,
qualquer operação
pode seguir adiante ou
ser cancelada de forma
imprevisível. Além
disso, seus integrantes
podem ir além de apenas discordar de uma operação planejada e decidir não participar: podem
opor-se ativamente contra a operação, executando
contra-ataques a facções com as quais discordem.
Podem também impedir outros integrantes de
acessar fóruns virtuais, onde muitos deles se encontram. Houve divisões internas entre membros do
Anonymous que queriam conduzir operações em
conformidade com o etos dos hackers; outros que
queriam iniciar ataques motivados por questões
morais contra organizações que coíbem a liberdade humana no mundo físico; e outros, ainda,
que estavam exclusivamente interessados em atuar
por “despeito e diversão”.
Por fim, em vez de um livro voltado ao público
em geral, um trabalho acadêmico, յ