Military Review Edição Brasileira Março-Abril 2014 | Page 5

minustah O pragmatismo das Operações de Missão de Paz (OMP) destaca a necessidade de interação entre as tropas de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) e as ONG ou as OI, visando ao convívio saudável e ao bem comum, ao mesmo tempo que se depara com o conflito de não colocar em risco a imparcialidade e a independência de ambas. De acordo com o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa (DPLP, 2013), imparcialidade significa “não favorecer um em detrimento de terceiro, não tomando partido, sendo reto e justo”. Para independência, encontra-se o significado de “o estado de não se achar sob o domínio ou influência estranha, tendo autonomia, isenção e desprendimento”. O código de ética da OI internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF, 1995) prevê que: […] imparcialidade é um dos fundamentos de MSF; ela é indissociável à sua independência. A imparcialidade é definida pelos seguintes princípios: Não discriminação em função de gênero, etnia, religião e orientação política, bem como qualquer critério análogo; e Proporcionalidade do auxílio relativo ao grau de emergência. Populações em situação mais grave e urgente são prioritárias para MSF. Os cenários prospectados para o Brasil pelos próximos 20 anos o colocam entre as cinco maiores economias do mundo, desempenhando importante status político no Sistema Internacional. Para tal, o Exército Brasileiro (EB) deverá ser capaz de atuar em operações de amplo espectro e ambiente não linear, normalmente em área urbana e, conforme analisou PINHEIRO1 (2013), gerenciando situações civis e sincronizando ações táticas não letais, que afetam não combatentes, com as de combate, de caráter letal. STOCHERO2 (2010, p. 156) narrou, assim, um desses cenários no Haiti: Também na Casa Azul, o Coronel Kid Bleu é alertado pelo rádio de que há muitos mortos em Cité Soleil. O chefe dos Médicos Sem Fronteiras lhe telefona, propondo uma trégua no confr