Military Review Edição Brasileira Março-Abril 2014 | Page 34

a resposta à ameaça apresentada pelos MANPADS na Síria. A experiência de mais de uma década de guerra nos ensinou que o componente militar do poder, por si só, não é suficiente para alcançar os objetivos de segurança nacional. Em particular, a experiência dos EUA no Iraque e no Afeganistão mostra a importância de coordenar todos os elementos do poder nacional de modo que atuem em harmonia e obtenham efeitos que se reforcem mutuamente. Com isso em mente, o planejamento de contingência para controlar MANPADS no Levante depende de uma abordagem do governo como um todo. Embora os EUA queiram uma solução diplomática para pôr fim à crise na Síria, a importância da região para seus interesses obrigou as autoridades (e planejadores) do Departamento de Defesa a trabalharem com seus homólogos em vários órgãos do governo, a fim de atualizar os planos existentes e apresentar ao Presidente alternativas militares para lidar com a situação na região. Com esse objetivo, os planejadores do Departamento de Estado têm trabalhado estreitamente com seus homólogos interagências e do Departamento de Defesa, a fim de coordenar vários esforços para proteger os MANPADS e garantir que os atuais planos deste último reflitam os interesses mais amplos do governo norte-americano. Com efeito, o plano relativo aos MANPADS na Síria tem sido coordenado a tal ponto entre diferentes órgãos do governo dos EUA que o esforço pode ser considerado verdadeiramente interagências. ...a experiência dos EUA no Iraque e no Afeganistão mostra a importância de coordenar todos os elementos do poder nacional. O planejamento para a crise na Síria — a qual abarcará, provavelmente, todo o espectro dos conflitos — é evidência de que as Forças Armadas dos EUA devem envolver o Departamento de Estado com frequência desde o início e atuar da forma mais transparente possível para alcançar 32 os objetivos organizacionais. A realização de debates francos no início do processo é de extrema importância, porque eles revelam quais atividades são mais adequadas às Forças Armadas e quais devem ser deixadas a cargo dos especialistas diplomáticos e técnicos do Departamento de Estado. Além disso, e quiçá mais importante, um diálogo constante entre o Departamento de Estado e as Forças Armadas desde o início pode minimizar a duplicação de esforços e delinear claramente os papéis e responsabilidades que cada entidade deve desempenhar em contingências específicas. No planejamento referente aos MANPADS na Síria, os integrantes da respectiva Força-Tarefa Interagências trabalharam estreitamente com seus homólogos no Departamento de Defesa, a fim de integrar os planos nas iniciativas deste último. Além disso, planejadores do Escritório do Secretário de Defesa para Políticas, do EstadoMaior Conjunto, do Comando Central dos EUA (USCENTCOM), do Comando Europeu dos EUA e das agências de apoio à defesa relevantes mantiveram tanto a Força-Tarefa, em particular, quanto o Departamento de Estado, em geral, cientes de suas prioridades e planos para a crise na Síria. Essa coordenação permitiu que cada organização entendesse as prioridades e preocupações das demais e identificasse os papéis e responsabilidades mais adequados para cada uma delas na Síria. O outro fator importante referente à coordenação entre o Departamento de Estado e o Departamento de Defesa