Military Review Edição Brasileira Julho-Setembro 2016 | Page 82

provavelmente terão de esperar até o próximo grande conflito para o estabelecimento dele. A abordagem atual do Departamento de Defesa para o ciberespaço, onde as Forças Singulares existentes fornecem o pessoal com experiência variada ao CYBERCOM, está cheia de ineficiências. O estabelecimento da Força Cibernética permitiria que a comunidade dos guerreiros cibernéticos prosperasse, e aliviaria as Forças Singulares existentes da distração com o ciberespaço. O próximo conflito dos Estados Unidos permitirá que os guerreiros cibernéticos demonstrem a importância do seu domínio e proverá às Forças Armadas os recursos para apoiar uma grande revisão burocrática. A previsão que levará mais um conflito para estabelecer uma força cibernética é simplesmente uma premissa baseada no provável desenrolar de eventos. A liderança inspirada pode adiantar a formação da nova Força Singular. Clausewitz compara a guerra com uma partida de lutadores, observando que “seu propósito imediato é derrubar o seu oponente de modo a torná-lo incapaz de oferecer qualquer outra resistência [grifos no texto original]”7. Ele observa que se um lutador usa toda a sua força para imobilizar o seu oponente, o beligerante imobilizado talvez nunca tenha a oportunidade de reunir a sua força total. Devido ao isolamento por dois oceanos, os Estados Unidos, historicamente, têm se dado o luxo de reunir a sua força militar antes de comprometer-se à guerra. No entanto, oceanos significam pouco no ciberespaço, e, se despreparados, os Estados Unidos podem sofrer grande prejuízo durante os ataques cibernéticos iniciais da próxima grande guerra. Os líderes sábios da defesa começarão a incitar as Forças Armadas para o estabelecimento da Força Cibernética dos EUA, para conseguir foco e eficiências superiores antes do próximo conflito, em vez de depois dele. O Maj Matt Graham é estrategista do Exército dos EUA designado à Diretoria do Estado-Maior Conjunto para o Desenvolvimento da Força Conjunta. É mestre em Administração Pública pela George Washington University e bacharel em Ciência de Computação pela Academia da Força Aérea dos EUA. Designações anteriores incluem rodízios no Alasca, Alemanha, Washington, D.C., Iraque e Afeganistão. Referências 1. Adam Smith, An Inquiry into the Nature and Causes of the Wealth of Nations: A Selected Edition, ed. Kathryn Sutherland (Oxford, UK: Oxford University Press, 2008), p. 12–14. 2. Jim Collins, Good to Great: Why Some Companies Make the Leap … and Others Don’t (New York: Harper Collins Publishers, 2001), p. 94–96. 3. Scheherazade Rehman, “Estonian’s Lessons in Cyberwarfare,” website da U.S. News and World Report, 14 Jan. 2013, acesso em 22 ago. 2014, http://www. usnews.com/opinion/blogs/world-report/2013/01/14/ estonia-shows-how-to-build-a-defense-against-cyberwarfare. 4. E. Lincoln Bonner III, “Cyber Power in 21st-Century Joint 80 Warfare,” Joint Force Quarterly 74 (2014): p. 102. 5. Michael Riley, “How Russian Hackers Stole the Nasdaq,” website da Bloomberg Business, 17 Jul. 2014, acesso em 4 mar. 2016, http://www.bloomberg.com/bw/articles/2014-07-17/ how-russian-hackers-stole-the-nasdaq. 6. Carl Von Clausewitz, On War, ed. e trad. Michael Howard e Peter Paret (Princeton, NJ: Princeton University Press, 1984), p. 7576. Para a tradução do inglês para o português deste mesmo livro, consulte, Carl Von Clausewitz, Da Guerra, CMG (RRm) Luiz Carlos Nascimento e Silva do Valle. 7. Ibid., p. 75. Julho-Setembro 2016  MILITARY REVIEW