Military Review Edição Brasileira Julho-Setembro 2016 | Page 76
atualmente, intercede a favor do ciberespaço.
Contudo, o CYBERCOM é subordinado ao Comando
Estratégico (STRATCOM) dos EUA, possuindo vários
escalões entre ele e os formuladores de políticas. Além
disso, o Comandante do CYBERCOM ascendeu ao
posto de dentro de uma das Forças Singulares, em grande medida governada por oficiais que se concentram
nos seus domínios físicos. Considerando que as Forças
Singulares determinam quais oficiais são promovidos,
até o Comandante do CYBERCOM precisa dividir a
sua atenção entre o espaço cibernético e o domínio da
sua Força Singular ou corre o risco de não conseguir
avançar. O estabelecimento da Força Cibernética, inclusive com o seu próprio membro na Junta de Chefes
de Estado-Maior, permitiria que comandantes com
profunda experiência no ciberespaço comuniquem
efetivamente os desafios da guerra cibernética aos formuladores de políticas. Por sua vez, os chefes da Força
Cibernética podem empregar eficientemente a orientação e os recursos destinados às operações militares no
ciberespaço.
Guerreiros Cibernéticos Além de desenvolver comandantes experientes para o ramo, a Força Cibernética
iria atrair e formar guerreiros cibernéticos mais qualificados. Atualmente, civis que querem defender a
nação no ciberespaço precisam escolher entre uma das
Forças Singulares existentes e passar pelo seu currículo
de treinamento básico. Embora esses programas sejam
adaptados precisamente para a produção de soldados,
marinheiros, aviadores e fuzileiros navais, talvez sejam
desnecessários e intimidadores para civis que simplesmente querem participar na competição predominantemente mental da guerra cibernética. Com certeza, o
Departamento de Defesa emprega muitos civis que estão
envolvidos nas atividades do ciberespaço, porém isso não
é a solução ideal. Há complicações legais ter civis conduzindo a guerra, e o recrutamento de guerreiros cibernéticos como militares mais precisamente reconhece a sua
contribuição e permite mais mobilidade ascendente e
comando. Ao estabelecer a Força Cibernética, as Forças
Armadas iriam apropriadamente recrutar e categorizar
os seus guerreiros cibernéticos, sem dissuadir civis interessados e influenciá-los a entrar nas indústrias lucrativas
de computação e comunicações.
O treinamento dos guerreiros cibernéticos também ficaria mais eficiente na Força Cibernética.
Atualmente, cada Força Singular está formando um
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programa de treinamento para os seus respectivos guerreiros cibernéticos. Por exemplo, o Exército estabeleceu
o Centro Cibernético de Excelência, no Forte Gordon,
na Geórgia. Esse método distribuído para o desenvolvimento de guerreiros cibernéticos quase garante
ineficiência para o maior esforço do Departamento
de Defesa no ciberespaço. Embora o CYBERCOM
trabalhe para estabelecer padrões comuns para o treinamento cibernético entre todas as Forças Singulares,
as interpretações entre elas divergirão, embora apenas ligeiramente. Os professores em cada um desses
centros produzirão resultados desiguais. Por exemplo,
o Exército pode empregar o melhor instrutor de código
de programa, enquanto o CFN talvez contrate o melhor
instrutor de redes de computadores. Apesar de padrões
comuns de treinamento, as interpretações diferentes
e as habilidades variadas dos instrutores produzirão
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