Military Review Edição Brasileira Julho-Setembro 2016 | Page 68
uma base sólida em tática e comando no escalão
Unidade e abaixo — deixou pouco tempo para que a
maioria dos oficiais adquirisse a base doutrinária e teórica no combate de armas combinadas acima do escalão
Unidade7.
A separação entre o curso essencial, ou core, e o AOC
impeliu a maioria dos oficiais das Áreas Funcionais e
das Armas “Especiais” [que abarcam os Quadros do
Serviço de Saúde, o Quadro de Capelães Militares e o
Judge Advocate General Corps (advogados do Exército) do
Exército dos EUA — N. do T.] para os campi satélites,
bloqueando seu acesso a outros programas eletivos, resultantes em identificadores de habilidades adicionais [além
da qualificação militar principal; ASI, na sigla em inglês
— N. do T. ], como, por exemplo, Estudos Estratégicos,
Poder de Fogo Conjunto, Historiador, Segurança Interna
e Operações Espaciais8. Reduziu-se, com isso, o intercâmbio de conhecimentos que resultava, anteriormente, da
existência de uma população diversificada de alunos, com
uma variedade de experiências, entre oficiais oriundos das
Armas “Básicas”, Áreas Funcionais e Armas “Especiais”.
Outro desafio diante do ILE é que ele precisa
servir como “um curso para os próximos dez anos”.
Considerando os rigorosos índices de seleção das instituições de pós-graduação das Forças Armadas, apenas um
pequeno número de alunos do ILE chegará a cursar uma
Escola de Guerra, fazendo dele a única formação estratégica para a maioria dos oficiais. Os verdadeiros requisitos
de formação estratégica do Exército dos EUA — especialmente em forças-tarefas conjuntas e comandos combatentes — ultrapassam, em muito, o investimento da Força
no fornecimento desse tipo de instrução9. Se os oficiais
tiverem uma experiência limitada acima do nível tático
antes de iniciar o ILE e, então, cursarem um currículo
com pouca ou nenhuma instrução de nível estratégico,
terão dificuldades para obter uma proficiência sólida em
operações militares além das táticas. Infelizmente, os concludentes do ILE incapazes de compreender a condução
da guerra acima do nível tático constituem um risco para
seus futuros comandos.
Em 2015, o desempenho acadêmico no ILE tinha
pouca influência na colocação de um oficial após a formatura. Antes de 2011, mais ou menos na época em que
o Exército atingiu seu efetivo total máximo de tempo de
guerra, o CGSC não utilizava a classificação “ultrapassou
os padrões do curso” no relatório de avaliação acadêmica.
Essas circunstâncias contribuíram para uma tendência
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semelhante à “Lei de Gresham”, de disparo na demanda pelos concludentes, relativamente escassos e mais
valiosos, dos Programas de Estudos Militares Avançados
(Advanced Military Studies Programs — AMSP),
como a School of Advanced Military Studies (SAMS).
Diferentemente dos companheiros que cursavam apenas
o ILE, os concludentes dos AMSP eram admitidos por
meio de um processo seletivo formal10. A demanda
por estes últimos não representava uma aprovação dos
AMSP, e sim uma crítica tácita ao ILE.
O Exército pode melhorar o ILE para atender às necessidades da Força, em conformidade com os objetivos
da Army University. A criação de um ILE mais rigoroso, que prepare os oficiais para os desafios que enfrentarão, implica quatro mudanças:
1. Um exame de admissão e a exigência de
uma pontuação mínima no Teste Geral
Revisado do Graduate Record Examination
(GRE) para cursar o ILE em Leavenworth. [O
GRE é um exame amplamente utilizado nos
processos seletivos dos programas de pós-graduação das universidades norte-americanas
— N. do T.]
2. Uma comissão de CSC mais seletiva.
3. Um modelo de desligamento para o ILE.
4. O ILE como ferramenta de colocação.
Mudança Nr 1: Um Exame de
Admissão e o Teste Geral do GRE
para Cursar o ILE em Leavenworth
A primeira mudança proposta seria instituir um
exame de admissão para os que desejassem cursar o
ILE em Leavenworth ou em um campus satélite (Forte
Belvoir, Forte Gordon ou Forte Lee). Essa não é uma
proposta nova: a Força-Tarefa do Sistema de Gestão
Profissional de Oficiais XXI propôs um exame em
1997, como também o fez o Gen Div (Res) Leonard
D. Holder, depois de deixar a função de Comandante
do CGSC, em um artigo publicado em 1998 na revista Joint Force Quarterly, com o co-autor Williamson
Murray. A justificação fornecida para os exames de
admissão era vincular o ingresso no curso a padrões
acadêmicos como um pré-requisito para o ensino profissional militar, em vez de selecionar apenas com base
no histórico de designações, reputação e avaliações11.
Holder e Murray citaram, especificamente, crenças
arraigadas de que a aprendizagem em cursos do ensino
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