Military Review Edição Brasileira Julho-Setembro 2016 | Page 66

ensino profissional militar do Exército dos EUA não estará à altura dos desafios que a Força e seus líderes enfrentarão no futuro . A criação de uma estrutura educacional para melhor desenvolver pensadores críticos e criativos no Exército não constitui um ônus para a Força . Ao contrário , é um investimento de longo prazo em sua saúde . Representa um componente fundamental para possibilitar a educação , que é , nas palavras do Gen Brown , a “ cobertura de risco estratégica de investimento mais confiável que o Exército pode fazer diante de um futuro incerto ” 2 .
Os comandantes de brigada de 2025 estão ingressando no U . S . Army Command and General Staff College ( CGSC ) este ano . Aumentar o rigor do ensino profissional militar , um dos objetivos da recém-criada Army University , oferece um método para desenvolver a “ cobertura de risco ” estratégica do Exército dos EUA3 . Um elemento dessa cobertura é um rigoroso programa de Ensino de Nível Intermediário ( Intermediate-Level Education — ILE ), que selecione , eduque e designe oficiais de modo a maximizar a capacidade intelectual da Força , além da instrução e experiência tática . Para isso é preciso questionar duas premissas implícitas do sistema tradicional : a de que todos os oficiais estejam aptos a concluir o ILE e a de que a seleção por uma comissão seja mais importante do que a formação para avaliar o
potencial para promoção . Conforme as unidades de escalões inferiores se depararem com circunstâncias que a instrução e experiência tática não possam resolver , um ILE mais rigoroso lhes proporcionará uma espécie de “ seguro ” contra as incógnitas que enfrentarão .
O Estado do Ensino de Nível Intermediário
O Exército experimentou diversas abordagens , ao longo do tempo , para oferecer um ILE de alta qualidade , que atenda às necessidades da Força . De 1946 a 2004 , a admissão ao curso presencial do ILE era decidida por uma Comissão de Escola de Comando e Estado-Maior ( Command and Staff College — CSC ), que selecionava por volta dos 50 % melhores da turma sendo considerada naquele ano , para cursarem , presencialmente , o CGSC , a escola de uma das demais Forças Singulares ou uma escola de estado-maior estrangeira4 . Os oficiais que não recebessem os benefícios dessa educação consideravam o fato de não terem sido selecionados como um elemento discriminador negativo , que os levava a crer , por sua vez , que suas perspectivas para permanecer na Força futuramente não eram boas5 .
Para lidar com essa discrepância em instrução e suas percepções culturais , e em conformidade com as recomendações constantes do documento Army
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