Military Review Edição Brasileira Julho-Setembro 2016 | Page 61
OPERAÇÕES DA ONU
REGIÃO
Américas
Ásia
LOCAL
Haiti
Timor Leste
Ex-Iugoslávia/
Bósnia
Europa
Ex-Iugoslávia/
Croácia
Ex-Iugoslávia/
Kosovo
MISSÃO
PERÍODO
BRASILEIROS?
SE SIM, COMO FOI A PARTICIPAÇÃO?
MINUSTAH
abr/2004 –
presente
SIM
32.904 brasileiros, sendo 32.857
militares atuando como tropas e oficiais
de Estado-Maior (26.998 EB, 5.574 MB e
285 FAB), mais 47 policiais.
INTERFET*
set/1999 –
out/1999
SIM
51 militares empregados como tropa (só
EB).
SIM
401 brasileiros, dos quais 378 atuaram
como observadores militares, oficiais de
Estado-Maior e Polícia do Exército (o
efetivo da PE passou de 51 para 70) (só
EB), mais 23 policiais.
UNTAET
out/1999 –
mai/2002
UNMISET
mai/2002 –
mai/2005
SIM
503 brasileiros, sendo 488 militares (478
EB e 10 MB), mais 15 policiais. Em 2004,
o efetivo da tropa passou de 70 para
125.
UNPROFOR
fev/1992 –
mar/1995
SIM
118 brasileiros, sendo 96 atuando como
observadores militares (47 EB, 37 MB e
12 FAB), mais 22 policiais.
UNCRO
mar/1995 –
jan/1996
SIM
3 brasileiros, sendo 2 militares atuando
como observadores militares (só EB),
mais 1 policial.
UNTAES
jan/1996 –
jan/1998
SIM
9 brasileiros como observadores
militares (6 EB e 3 MB).
UNMIK
jun/1999 –
jun/2008
SIM
13 policiais.
Tabela 1. Missões de paz da ONU sob o
Capítulo VII e a participação do Brasil (1992-2015)
A INTERFET é a única missão da tabela acima que não pode ser considerada uma “missão de manutenção da paz”. Apesar disso, foi
incluída por ter sido estabelecida pelo Conselho de Segurança, sob o Cap. VII, e por ter contado com a participação do Brasil.
Legenda: “EB” - Exército Brasileiro, “MB” - Marinha do Brasil e “FAB” - Força Aérea Brasileira.
Nota: Dados compilados de fevereiro de 1992 até dezembro de 2015.
Fontes: Exército Brasileiro (2015 e 2016), DPKO (vários), Fontoura (2005), Melo Neto (2015) e Morais (2015).
realidade que perdura há mais de duas décadas. A
diplomacia deve assumir que o Brasil desempenha/
desempenhou um papel pequeno, mas não desprezível, em um alto número de missões autorizadas sob o
Capítulo VII (74% do total). Deve-se, ainda, refletir
sobre o que isso significa para as posições do Brasil
em foros multilaterais e para o desenho da própria
trajetória brasileira nas missões da ONU.
Conclusões e Recomendações
A participação do Brasil nas missões da ONU foi
analisada a partir de milhares de dados, organizados
MILITARY REVIEW Julho-Setembro 2016
neste artigo em duas grandes categorias temáticas.
Primeiro, verificou-se que o Brasil atua em missões
da ONU, principalmente as missões de paz, motivado por interesses específicos (que se reflete pelo
número de brasileiros desdobrados no terreno em um
dado momento), e também por interesses gerais (que
equivale ao número de missões com participação de
brasileiros).
Foi possível identificar que a intensidade do apoio
brasileiro à ONU variou de acordo com interesses
específicos (o Brasil só enviou tropas para missões em
países prioritários para a sua política externa), mas
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