Lê e ler Edição 12 | Page 9

azer uma análise sobre a vida e a obra dos grandes escritores nacionais, sem se deixar influenciar pelo seu ponto de vista pessoal, nem sempre é fácil.

Na realidade, quem escreve um artigo sobre a vida e a obra de um grande escritor, ou uma grande escritora, deve deixar de lado toda a sua admiração ou rejeição pessoal, para se debruçar diante do relato dos fatos e análises criticas.

Escrever sobre a vida e obra de uma grande escritora como Carolina Maria de Jesus e não deixar aflorar o seu ponto de vista, para não influenciar o leitor e se tornar imparcial em seu posicionamento é um pouco mais difícil.

Deixando de lado estas breves considerações, cabe a quem escreve este artigo apresentar os fatos e as análises de forma imparcial.

Ao analisar a obra de Carolina Maria de Jesus não se pode deixar de constatar a importância representada pela mesma,

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não só pelo significativo número de exemplares vendidos, sob o aspecto comercial, mas principalmente pela relevância histórica, cultural e social que a mesma representa.

Não que você possa dissociar a relevância comercial do próprio conteúdo da obra, mas tendo conhecimento que um não anula o outro, muito pelo contrário, em alguns casos ambos são complementares.

Carolina Maria de Jesus foi uma renomada escritora brasileira que alcançou notoriedade internacional, o que seria muito pouco previsível para uma mulher humilde, negra e catadora de lixo, em plena década de 1960.

A escritora, através da relevância de sua obra “O Quarto de Despejo: O Diário de uma Favelada”, que fez enorme sucesso na década de 1960, mantendo a sua importância até os dias atuais, teve o reconhecimento do mundo literário como sendo ela uma das primeiras e mais importantes escritoras negras do país.

Carolina Maria de Jesus e a icônica obra literária “O Quarto de Despejo: O Diário de uma Favelada”.

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por Luiz Gusmão