Lê e ler Edição 12 | Page 19

Q

ual é a sua inspiração na hora de escrever? Já se inspirou em outros autores para escrever?

Tudo que me cerca traz a inspiração. Sou muito atenta às pessoas, lugares, conversas e assim vou armazenando em minha mente. Quando sento para escrever, faço uma pausa para rever tudo que ocorreu durante o dia e anoto pensamentos soltos, que posso vir a usar em um texto ou livro. Acho que tenho mais pensamentos soltos do que contos, em meio aos papéis, porque nunca jogo fora. A sala onde escrevo também me inspira, em meio aos livros, com uma boa música

Minha inspiração e desejo de escrever uma história com qualidade, rica em detalhes e que prenda o leitor vem da sensação que muitos escritores me passam. E ainda irei realizar este sonho. “Ressurreição...” foi um ensaio para ter a percepção do que eu sou capaz de colocar no papel, para enxergar o reflexo que ele pode causar ao leitor. Um livro que contem muitas falhas, mas que está abrindo um campo de conhecimento e ensinamento.

fase, e sempre monopolizo um determinado autor em algumas épocas, principalmente se o gênero coincidir com o que estou criando naquele momento. Gosto de aprender com eles a forma de conduzir uma história, principalmente quando o propósito é levar o leitor à reflexão sobre um determinado tema.

Cite três escritores nacionais e três internacionais que você admira. Que livro e autor você acha que todos deveriam ler pelo menos uma vez na vida?

Pergunta bem difícil para mim, minha admiração é vasta. Admiro todos os escritores, só pelo fato de criar um mundo paralelo às pessoas.

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Mas vou citar André Vianco. Gosto do seu modo de escrever, mantendo sua essência brasileira, sem se intimidar com a padronização norte-americana.

Também admiro muito Fernando Morais, com seus livros reportagens e biografias, pela riqueza das pesquisas que faz, para transmitir ao leitor uma total veracidade dos fatos.

E não posso deixar de citar Machado de Assis, por sua genialidade, que foi capaz de perpetuar discussões, envolvendo seus personagens, até os dias de hoje.

Dentre os escritores internacionais cito Agatha Christie e seus detalhes entrelinhas que nos obrigam a pensar, Ernest Hemingway por ser conciso e objetivo, obrigando o leitor a usar a imaginação e, para falar de um da atualidade, William P. Young, porque ele conseguiu falar de um tema complexo, de uma maneira totalmente desvinculada de crenças religiosas, tocando na ferida que todo ser humano tem: o perdão.

Há vários livros que considero leitura obrigatória. Sendo muito injusta com os demais, vou escolher Dom Quixote, de Miguel de Cervantes, pelas várias leituras que este clássico nos proporciona, como a sátira aos romances da época, crítica ideológica, comédia, dor, enfim, é uma combinação de elementos que torna até impossível uma única leitura da obra. Cada vez que abro este livro, vejo um novo ângulo da história

O que você acha de seus leitores?

Olha, tenho poucos ainda, mas estes poucos são de uma atenção tão grande, tão receptiva. Esse contato que a internet nos proporciona é sensacional. Poder ouvir as opiniões, conhecer um pouco de cada história, ouvir críticas