Lê e ler 8º edição | Page 20

De acordo com pesquisas, a literatura cresceu, mas foi o aumento da leitura ou de vendas de livros?

Acredito que seja a venda, porque me surpreendo muito com o fato de as pessoas comprarem os livros e não os lerem. Eu, por exemplo, tenho muitos livros na minha prateleira e já li quase todos. Geralmente eu compro os livros para ler, não para guardar. Mas o leitor, em média hoje, compra livros e guarda. Os leitores sempre têm a mesma desculpa: nunca têm tempo. Eu me pergunto, por que compram os livros então?! Por outro lado, fico até feliz com isso. Isso é bom para o mercado, os livros precisam ser vendidos; os livros são produtos e tem que ser consumidos. O mercado cresceu muito, claro, isso porque as pessoas passaram a comprar mais livros, a consumir mais, mas não quer dizer que estejam lendo, ou pior, que estejam gostando. Descobri que muitos leitores leem o livro e não admitem que não gostaram de uma história, principalmente se for de um autor famoso. Quanto mais famoso é o autor, menos os leitores se arriscam a dizer que não gostaram daquela obra em questão. Já aqueles que são leitores de verdade, os que são críticos como eu, vão falar quando não gostam de um livro, independente de quem seja o autor. Eu, por exemplo, não gostei de Os Magos de Lev Grossman. Admito até. Particularmente, não gostei da história.

Resumindo, o acesso e o consumo da literatura cresceram, mas não em questão de ler o livro, efetivamente.

O que tem a dizer sobre seus trabalhos?

Comecei a escrever entre o final de 2009 e 2010 quando eu estava em depressão. Passei um mês escrevendo, gostei muito. Consegui fazer algo com início, meio e fim. Minha intenção era fazer uma história fechada com uma continuação. O que deu certo. Decidi publicar no evento de anime em Duque de Caxias, que promovi. Fiquei feliz com o resultado. Assim começou minha carreira. Depois decidi lançar na Bienal. Liguei para o escritório para saber de valores. Descobri que mesmo pagando o evento, é preciso apresentar uma obra para a Bienal para que possam aprovar ou não. Eu achava que bastava você pagar e o livro seria divulgado. Ledo engano. Durante a minha estada na Bienal, vi um autor protestando, porque o livro dele não foi aceito. Aí que eu vi que meu livro foi, de fato, avaliado.

A Bienal foi maravilhosa. Foi lá que eu tive o contato direto com o mundo literário. Onze dias fenomenais. Faltei o trabalho para ficar na Bienal. Até o meu chefe foi me prestigiar. Em um desses, no dia 7 de setembro, que nunca vou me esquecer, eu autografei cerca de 99 livros. Outra coisa que me marcou muito, foi quando um garoto, que aparentava certa deficiência mental, entrou no stand junto de sua mãe e, de todos os produtos que ele poderia ter comprado em toda a Bienal, ele levou apenas o meu livro. Nunca mais vi o garoto, mas sei que foi um toque, alguém me dizendo “continua que esse é o caminho”. Claro que também aconteceu o contrário. Um casal entrou no stand, expliquei sobre o livro e eles estavam empolgados, mas quando ficaram sabendo que a história se passava no Brasil, mudaram de ideia. Sabia que eles não voltariam mais no stand para comprar o livro. Comecei dessa forma. Foi maravilhoso demais! Fazer 500 livros e vender todos no primeiro evento, me deixou abismado, empolgado, assustado. O peso de vender tudo em um evento grande é a falta de feedbacks. É quase zero.

Meu nome hoje está na primeira página do campo de busca do Google, tanto de pesquisas de textos, como de imagens, sejam das minhas postagens do Facebook, das postagens dos blogs e das resenhas que fazem sobre mim. Tenho pouco feedback do meu primeiro livro, porque sei que é uma história bem contada, mas tem uma gramática muito simples e com revisão amadorística.

2010 quando eu estava em depressão. Passei um mês escrevendo, gostei muito. Consegui fazer algo com início, meio e fim. Minha intenção era fazer uma história fechada com uma continuação. O que deu certo. Decidi publicar no evento de anime em Duque de Caxias, que promovi. Fiquei feliz com o resultado. Assim começou minha carreira. Depois decidi lançar na Bienal. Liguei para o escritório para saber de valores. Descobri que mesmo pagando o evento, é preciso apresentar uma obra para a Bienal para que possam aprovar ou não. Eu achava que bastava você pagar e o livro seria divulgado. Ledo engano. Durante a minha estada na Bienal, vi um autor protestando, porque o livro dele não foi aceito. Aí que eu vi que meu livro foi, de fato, avaliado.

A Bienal foi maravilhosa. Foi lá que eu tive o contato direto com o mundo literário. Onze dias fenomenais. Faltei o trabalho para ficar na Bienal. Até o meu chefe foi me prestigiar. Em um desses, no dia 7 de setembro, que nunca vou me esquecer, eu autografei cerca de 99 livros. Outra coisa que me marcou muito, foi quando um garoto, que aparentava certa deficiência mental, entrou no stand junto de sua mãe e, de todos os produtos que ele poderia ter comprado em toda a Bienal, ele levou apenas o meu livro. Nunca mais vi o garoto, mas sei que foi um toque, alguém me dizendo “continua que esse é o caminho”. Claro que também aconteceu o contrário. Um casal entrou no stand, expliquei sobre o livro e eles estavam empolgados, mas quando ficaram sabendo que a história se passava no Brasil, mudaram de ideia. Sabia que eles não voltariam mais no stand para comprar o livro. Comecei dessa forma. Foi maravilhoso demais! Fazer 500 livros e vender todos no primeiro evento, me deixou abismado, empolgado, assustado. O peso de vender tudo em um evento grande é a falta de feedbacks. É quase zero.

Meu nome hoje está na primeira página do campo de busca do Google, tanto de pesquisas de textos, como de imagens, sejam das minhas postagens do Facebook, das postagens dos blogs e das resenhas que fazem sobre mim. Tenho pouco feedback do meu primeiro livro, porque sei que é uma história bem contada, mas tem uma gramática muito simples e com revisão amadorística.