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Nesse caso aó funcionaria a arte que tivesse como duplo papel agradar e instruir (Leminski, 1996). )

A arte é e deve ser livre. Essa liberdade envolve tanto poder passar uma mensagem, fazer uma crítica social ou incentivar o debate/reflexão sobre temas polêmicos ou não, quanto simplesmente ir contra o convencional, entreter e justificar-se em si mesma. Portanto, dizer que “L’Origine du Monde” não é arte, além de expor uma total falta de

conhecimento e capacidade interpretativa, demonstra também o perigo que o

conservadorismo exacerbado traz para o âmbito do pensamento crítico. Essa obra tem o

poder de instantaneamente causar alguma reação em seu observador, seja espanto,

constrangimento, admiração, curiosidade, ou até mesmo repulsa, mas não indiferença. E combinada ao seu título, expande o significado de um corpo nu a outras dimensões. Tratase de uma arte provocativa, incisiva, que escancara a realidade a ponto de incomodar, mas extremamente necessária e plenamente competente no seu papel de obra de arte.

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“L’Origine du Monde”, 1866, Óleo sobre tela, Gustave Courbet.