-A cristalização do saber e compulsão à repetição: a repetição dos casos ou repetição dos textos (numa prática tão recorrente de voltar aos textos ou casos descritos há 50 ou 100 anos);
-A identificação adesiva, no adoptar de uma linguagem ou estilo (do formador) mas que não corresponde a verdadeiro desenvolvimento pessoal;
-Uma formação que é só forma, sem conteúdo: uma casca que ignora a realidade-real das pessoas.
Não é o que queremos para as crianças, para os jovens, para os formandos, ou para os psicólogos.
2. Problemas da qualidade
Se a formação não vem pela repetição, vem pela
-Construção de conhecimento: Pelo rigor de cada construção, a partir das pessoas, dos dados e da observação;
-A terapia não é uma redução aos quadros teóricos (disso está cheia a psicologia-higiénica dos nossos dias, em que as pessoas se reduzem aos instrumentos de recolha de dados);
-Uma linguagem que comunique efetivamente.
3. Problemas da criatividade
-A inquietação vem com o desconhecido (que é quase tudo, porque é o que vem);
-A criatividade tem a ver com a vontade de comunicar (porque o indizível não tem formas de ser comunicado);
-A criatividade tem a ver com o expressar (e expressar-se), que é construir mais realidade(s)...
Como diz Pessoa:
O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
-Criatividade é Liberdade, porque para além do comunicado está o desejo (que é mais interno e, por isso, inacessível enquanto tal).