KAIROS Edição Especial - Dia Aberto 2015 | Page 17

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O Superego é extremamente julgador, daí o fumo. Há o perigo de um incêndio, num Ego desabitado.

Na nova relação ganha coragem para entrar em si, viajando até à sua infância. Urge a água, símbolo do Id, mas também do útero materno. Brinca com os patos, tornando-se “meio pato”, com as barbatanas. Protege-se com os óculos e o respiradouro. Procura o colo. Numa nova travessia de quimeras, urge o medo da fuligem do carvão, no aparente fleumático e perene ilusório.

Uma viagem sobre águas que vão serenando o medo do fogo. No início, com a proa para trás, regressa-se ao passado. O barco vai sendo guiado pelo paciente. Vai-se perdendo um "rosto" que não quer estar sujo,

enfrentando-se o negrume e a imensidão. Primeiro, vem

a pulsionalidade libidinal de ligação, que assegura ser "mais segura" a emergênciada pulsionalidade agressiva. Aparece o cão. Existem as pulsões agressiva e libidinal. O Freud, com uma cabeleira de mulher, desperta e faz renascer o desejo. A personagem dança e deixa dançar partes suas e dos seus objectos internos. Cria-se, sobre a névoa num abraço, faz-se surdina e emerge a cor. Como tudo cessa, mesmo o sonho, o superego, necessário, aparece. Assusta e organiza, limitando a pulsionalidade, mas é brando pois baixa a arma, deixa-o respirar e liberta-o interiormente. Nasce, portanto, uma nova música num ritmo sintónico com a inquietude e a verdade dos afetos. Desce-se no elevador e sai-se para a vida…