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contrapontos no diálogo intersubjectivo
2º ano de Lisboa
Ana Cristina Alexandre, Filipe Saramago, Inês Madureira, Maria João Abrantes, Maria Teresa Pinheiro, Sónia Alves,
Susana Azevedo
A música tal como a psicoterapia psicanalítica leva-nos para uma experiência sensorial e emotiva, para algo mais do que a palavra e o textual.
A necessidade crescente do período Barroco de comunicar afetos, ideias e sentimentos, levou ao desenvolvimento de uma técnica musical, que
combina e sobrepõe diferentes melodias, respeitando as leis da harmonia – o contraponto.
Bach foi o compositor por excelência do contraponto, criando melodias a duas vozes inter-relacionadas, sem que nenhuma perca a sua importância, interesse e autonomia.
Também na relação terapêutica surgem novos diálogos intersubjetivos, em permanente articulação dinâmica e criativa.
Tal como no contraponto, cada encontro terapêutico é pautado por diversos movimentos, sobre os quais nos propomos pensar, num diálogo a duas vozes entre a intersubjetividade e a música.
No modelo de intersubjetividade desenvolvido por Stern, assistimos à construção de uma técnica de composição da relação terapêutica num estilo barroco.
Assim, este estilo musical de composição e co-criação, reflectida na ornamentação da sessão, na utilização de diversos detalhes contrapontísticos, induz-nos a audição de uma peça musical na linha barroca, onde a procura de uma harmonia relacional se torna o foco principal.
Tal como a criação de uma partitura de Bach, mais emocional, também aqui, o processo terapêutico se torna uma sintonia comunicativa e relacional, cuja harmonia nos reporta à riqueza criativa do Barroco.