Jornal Pontivírgula | Novembro | Page 9

OPINIÃO

Este é o lema com que entro sempre em campo. Em cada partida, de norte a sul de Portugal, nas ilhas, ou até mesmo na Europa, o Sporting Clube de Portugal somos nós. Portanto, exijo respeito. Respeito pela instituição, pelos jogadores, mas sobretudo por nós, os adeptos.

Em maio de 2018, o Sporting viveu a pior fase da sua história e, desde então, não tem sido tratado com o devido respeito. No entanto, está a reeguer-se, a virar a página e a dar uma resposta que muitos não esperavam. É, neste momento, 2.º classificado do campeonato português. Apesar da troca de treinadores, vivia-se o período mais estável do clube desde aquele negro mês de maio. Todavia, na noite de 11 de novembro, o clube voltava às bocas do mundo, pelas piores razões. O ex-presidente leonino Bruno de Carvalho e o líder da claque Juventude Leonina, conhecido por Mustafá, foram detidos por suposta ligação ao ataque à academia de 15 de maio. Se são suspeitos têm de ter as mesmas medidas de coacção que os restantes. Até aqui estou plenamente de acordo. Mas o que me interroga nestas detenções é o “timing”. Minutos antes de um jogo importantíssimo para o campeonato, era crucial todo este aparato? Um mandato de busca à sede da Juveleo, em pleno dia de jogo? Basta de destabilização. Os órgãos de comunicação social acompanharam este caso, como se de um reality-show se tratasse, e isto em nada beneficia o panorama desportivo nacional. O país que é campeão europeu não pode criar esta cultura desportiva assente em casos de violência e corrupção. Bruno de Carvalho não é concorrente de nenhum reality-show, é ex-presidente do Sporting Clube de Portugal e está a responder às 99 acusações que lhe são feitas, entre elas, de terrorismo e sequestro. Não precisa, de todo, deste “tratamento VIP” que a comunicação social lhe oferece.

Agora que a poeira voltou a baixar, e que Bruno e Mustafá já se encontram em casa é tempo de repensar. O Sporting Clube de Portugal precisa de ser respeitado. O futebol é para ser jogado dentro das quatro linhas. Cá fora, estarei eu e os meus amigos.

O Sporting sou eu e os meus amigos

Desporto

Faride Assad