TECNOLOGIA
O desporto também mereceu um lugar no palco principal da Web Summit, contando com a presença do treinador de futebol, André Villas-Boas, que falou de como conseguiu chegar, tão jovem, ao topo do futebol mundial, e das principais dificuldades que um líder enfrenta nos dias de hoje. Já Nico Rosberg, campeão mundial de Fórmula 1 em 2016, falou de como é possível ter uma boa performance num ambiente sob pressão, como ele próprio vive no dia-a-dia da sua modalidade desportiva.
O pai da Internet e actual director da World Wide Web (WWW) Foundation, uma associação internacional que promove a utilização segura da internet, Tim Berners-Lee, considera que, olhando para trás, tudo correu mal na criação da internet. Por isso mesmo, aproveitou para sugerir uma solução para que a mesma seja vista como mais segura: uma convenção mundial para redigir uma carta magna da WWW. Assim, faz o apelo a governos, empresas e utilizadores para que se juntem e contribuam. “Vai ficar tudo bem, porque estas pessoas vão afastar-se e deixar de lado os mitos sobre a forma como as coisas funcionam”, afirma. Esta solução deve ser aplicada o mais depressa possível, segundo o próprio, visto afirmar que, em 2019, pela primeira vez, mais de metade do mundo vai estar conectado à internet. Seguindo a mesma ideia, Brad Smith, presidente da Microsoft, fez uma analogia aos 100 anos do fim da Primeira Guerra Mundial, afirmando que, hoje em dia, a grande guerra acontece virtualmente. Todos os dias, milhares de pessoas sofrem ciberataques, e, por isso, mesmo incentiva os governos a regularem mais transversalmente o mundo digital. “Queremos a paz digital agora”, declara. Actualmente, a Microsoft trabalha com os governos e vende serviços de cibersegurança de modo a facilitar a chegada a este objectivo.
A verdadeira surpresa deu-se com a subida ao palco principal da Web Summit de Christopher Wylie, ex-director de investigação da Cambridge Analytica, que divulgou como a empresa estava a utilizar os dados de utilizadores do Facebook para influenciar as eleições norte-americanas. Wylie revelou que o Facebook ameaçou processá-lo quando fez queixa às autoridades e referiu ainda que tentou alertar o governo anterior do que se estava a passar: “Avisei a administração Obama sobre isto e que essa informação (ou seja, os dados dos milhões de utilizadores) tinha ido parar à Rússia. O Facebook aprovou isto. Sempre soube disso e nunca fez nada. A administração de Obama disse-me para não me preocupar. Achavam que o Donald Trump era um parvo e que Hillary Clinton ia ganhar”.