Jornal Pontivírgula | Novembro | Page 24

Luís Severo canta muito sobre Lisboa. “As coisas imponentes, a sonoridade fixe e os sítios fixes estão em Lisboa” assume Severo “se queres ser mediático, estás cá”. E é efetivamente na capital que se concentram os grandes espaços de concertos e os maiores estúdios e editoras.

Eduardo Morais, realizador da série documental Fios Bem Ligados (2017) sublinha que “o crescimento dos últimos anos tem muito a ver com os espaços que existem e que têm sido abertos, como a Galeria Zé dos Bois, o MusicBox e o Sabotage”. “Eles atuam na lógica de ‘os teus primeiros concertos fazes no meu espaço’”, afirma. “Há uns anos isto era impensável. Isto dá força para a coisa andar e é muito importante.”

Mas como Lisboa não é Portugal e as maiores receitas dos artistas vêm dos concertos que fazem, muitos apostam em tours nacionais. E aí o país divide-se em Norte e Sul e as diferenças são assinaláveis.

No Norte há alguma riqueza, o que se deve muito ao facto de Guimarães ter sido Capital Europeia da Cultura em 2012. Houve investimentos avultados na Cultura vimaranense que acabaram por contagiar cidades à volta. “Por exemplo, Fafe não tinha muitas coisas, mas decidiu investir porque Guimarães e Braga também investiram”, afirma Sambado.

Mas não há sustentabilidade.