Jornal EcoEstudantil, n.º 31, maio 2018 26 Jornal maio 2018 | Page 30

CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS Determinismo e liberdade na ação humana Todos pensamos que temos livre-arbítrio. Como poderíamos não pensar? Renunciar à liberdade significaria deixar de fazer planos para o futuro, pois de que adianta fazer planos se não temos a liberdade para mudar o que acontecerá? Significaria renunciar à moralidade, pois só quem age livremente merece censura ou castigo. Sem liberda- de, percorremos caminhos predeterminados, incapazes de controlar os nossos desti- nos. Uma vida assim não vale a pena. E. Conee e T. Sider, Enigmas da Existência. Uma visita guiada à metafísica, Bizâncio, 2010, p.p. 145-146. O problema do livre-arbítrio é uma das questões mais difíceis e debatidas na Filosofia. Seremos nós, efetivamente, livres? A resposta a esta pergunta tem sido, ao longo do tempo, muito debatida entre os defensores do libertismo e determinismo mode- rado contra os defensores do de- terminismo radical. Os deterministas moderados, principalmente os libertistas, acreditam no livre-arbítrio, pois: “Renunciar à liberdade significa- ria deixar de fazer planos para o futuro”, significaria “renunciar à moralidade” e que “sem liberda- de, percorremos caminhos prede- terminados, incapazes de contro- lar os nossos destinos.” E que, desta maneira, “uma vida assim não vale a pena.” Já os deterministas radicais acreditam que o livre-arbítrio é uma ilusão, pois tudo no universo obedece à lei da causalidade e, deste modo, também as nossas ações não escapam a esta lei. E, se assim é. Então, o facto de des- conhecermos as causas que nos levam a agir não é, de forma al- guma, garantia de que a liberdade existe. Podemos, assim, concluir que existem diferentes respostas para este problema, cabendo-nos a nós escolher, se é que escolhemos, aquela que mais nos apraz. O livre-arbítrio consiste na ca- pacidade de podermos decidir por uma alternativa em detrimento de outra. Todas as nossas ações têm um motivo, uma intenção e uma finali- dade e apenas as realizamos por- que queremos. Todos os acontecimentos são predizíveis, inclusivamente as nos- sas ações, porque estas não esca- pam à relação de causa/efeito, Ora, isto implica que não haja es- paço para a liberdade humana e se assim o é, não faz sentido castigar pessoas ou prender criminosos (uma vez que já está tudo predeter- minado), nem faria sentido enalte- cer indivíduos pelos seus atos he- roicos. Ao concebermos o livre-arbítrio como uma mera ilusão teríamos que abandonar a ideia de que so- mos livres, que é uma crença da qual não queremos abdicar. Nuno Ribeiro, 10.º A2 Leonor Ribeiro 10.º A1 Lógica informal — racionalidade argumentativa e filosofia N este cartaz está cla- ramente presente a estratégia de persuasão baseada no phatos. É transmitida ao au- ditório uma mensagem, que nes- te caso é a utilização de pele animal em vestuário, com o objetivo de suscitar emoções através da imagem e da frase escrita. Centra- Página 30 se no auditório com o propósito de mudar a mentalidade e pontos de vista de algumas pessoas, com o propó- sito de provocar sentimentos, como compaixão, tristeza e, so- bretudo, indignação, com o fac- to de o homem matar animais inocentes apenas com o objetivo de fazer vestuário em pele, quando existem muitas outras formas de substituir pele verda- deira por outro tipo de tecido ou pelo.” Joana Rodrigues, 11.º A1 Artigos orientados pela professora de Filosofia, Carla Sardinha