Jornal EcoEstudantil, n.º 31, maio 2018 26 Jornal maio 2018 | Page 15

FORMAÇÃO GERAL A arte de argumentar Por Beatriz Rosa, 11.º A3 N não o são, induzindo em erro), procurou dar-nos a entender a ra- zão pela qual estes não se podem considerar bons argumentos: des- de exemplos de falácias por gene- ralização, em que foi estabelecida uma relação de extrapolação entre a comida fastfood e a obesidade, por exemplo, até falácias por ana- logia, em que não se podem esta- belecer certas comparações, tais como, entre a família e a empre- sa. o dia 1 de março, pelas 10 horas e trinta minutos, algumas turmas do 11.º ano da nossa escola assisti- ram à palestra dada pelo Profes- sor Pedro Santos, da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais das Universidades do Algarve e de Lisboa, sobre “A arte de argu- mentar”. Esta palestra foi fruto de uma parceria entre a UAlg, a Bi- blioteca ESJAC e o Grupo Disci- plinar de Português Inicialmente foram-nos men- cionadas as áreas do estudo da argumentação, já de si conhecidas por todo aquele que estuda filoso- fia, bem como apresentados, num pequeno aparte do professor, di- versos cursos, disciplinas e influ- ências bibliográficas em que este tema é abordado. Desta forma, acredito que o palestrante procu- rou realçar a importância do tema que iria seguidamente apresentar. A palestra apresentada focou- se, principalmente, na preocupa- ção em produzir e avaliar argu- mentos. Para isso, o orador deu- Julgo que o seu objetivo prin- nos a conhecer as principais três cipal foi, então, despertar nos alu- perguntas que definem a argu- nos a procura de argumentos váli- mentação: dos e auxiliá-los a distinguir des- • “O que é argumentar?”; tes os argumentos falaciosos tão • “O que é argumentar bem?”; presentes no nosso discurso. Após ter assistido à palestra • “O que é argumentar mal?”. posso, assim, afirmar que a arte Ao longo da palestra. abordou de argumentar relaciona-se não só estas perguntas de uma forma in- com a criatividade, mas também formal, o que, na minha opinião, com o respeito pelas regras que fomentou a participação e o inte- impedem e identificam as falá- resse dos alunos. Recorrendo a cias. Argumentar não constitui, exemplos falaciosos do dia a dia simplesmente, ganhar um debate, (os quais parecem argumentos em que a nossa opinião prevalece bem estruturados e válidos, mas sobre outras. O que realmente define a argumentação é procurar absorver conhecimento sobre o assunto discutido com alguém que discorda da nossa opinião, pois as razões e pontos de vista de outros podem até encontrar-se corretas. A ideia é possuir um es- pírito autocrítico, em que procu- ramos perceber onde e se é que estamos errados, ao sermos con- frontados por pessoas que discor- dam de nós. Considero que as metodolo- gias e a forma dinâmica e entu- siástica com que o professor Pe- dro Santos apresentou este tema relevante, quer na disciplina de Português, quer na de Filosofia, tornaram esta palestra, no meu ponto de vista, agradável e essen- cial para solidificar os assuntos já antes trabalhados nas disciplinas referidas, bem como melhorar e corrigir tanto o nosso discurso como a nossa forma de pensar, pois muitas destas falácias afetam -nos de uma forma ou de outra. Ainda durante a apresentação, o docente interagiu com os alunos de uma maneira confortável e ca- rismática, transmitindo o assunto de forma clara para todos os dis- centes e respondendo solicita- mente às várias questões que lhe foram colocadas por estes. Espe- remos, então, voltar a vê-lo em breve na nossa escola para nos elucidar, se não sobre este, sobre outros temas de igual importân- cia. Apreciação crítica orientada pela profes- sora de Português, Ana Rita Diniz Página 15