Jornal ECOESTUDANTIL jan. 2016 n.º 26 | Page 6

PROJETOS O direito de sermos diferentes Em que sou diferente? Sou diferente porque já viajei por diversos países? Sou diferente por ter gostos diferentes ou por ter problemas de saúde? Não, isto não me torna diferente. Pelo mundo há, de certeza, pessoas com os mesmos gostos, problemas ou que fizeram coisas parecidas. O que me torna diferente é a minha maneira de pensar e agir. Aquilo que referi só ajuda a pensar e agir de outra maneira. Claro que há outras coisas que me fazem pensar de outra forma, como ter vivido neste século, ter lido certos livros, ter nascido neste país, etc. O que quero dizer é que não sou diferente por ter gostos diferentes ou ter vivido sem o meu pai durante um ano. Isso só mudou a maneira de ver o mundo e é isso que me torna diferente dos demais cidadãos. O que me torna diferente não é ter gostos diferentes ou ter feito coisas diferentes. O que me torna diferente é que, pelo facto de ter essas coisas diferentes, isso mudou a minha maneira de ver o mundo e é aí que eu sou diferente. Adoro ler, estou sempre a comprar livros! Não gosto muito de romances como os de Nicholas Sparks, mas não dispenso uma boa história de Isabel Allende. Também adoro viajar para sítios que não são capitais europeias. Estive em quatro sítios em Marrocos que me encantaram pelas suas diferenças. Cada um deles, por mais próximo que seja, parece um sítio totalmente diferente. A gastronomia também me cativou. Gosto muito de ir à praia no inverno, desde que não chova. Sou apaixonada por rock old school e heavy metal. Gosto de ver documentários sobre o mundo aquático, sobre as grandes ditaduras mundiais e sobre leilões. Adoro ver uma boa comédia, de preferência com um final inesperado. Gosto de incenso e velas. Também gosto de jogar ténis e ping-pong. André Mestre, 10.ºA1 Carolina Pereira, 10.º C1 Dificilmente será possível ver o que há de diferente em mim sem ser aparente. Para responder à pergunta do título, terei de ir à minha infância. Crescer entre um posto da G.N.R. e um café fez-me aprender coisas que, se calhar, não seriam possíveis em casa ou no infantário. Ensinou-me a conhecer as pessoas com um só olhar e compreendê-las melhor devido ao contacto com várias culturas, línguas e maneiras de pensar. Ter sido a minha mãe a ensinar-me matemáPágina 6 tica e a escrever, ensi- nou-me também a respeitar as pessoas e a aprender o máximo possível com todos. Por isso, a minha diferença não está no exterior mas sim no interior. Devido à minha educação e ao ambiente em que cresci percebo que o importante Apesar de ser de opinião que não tenho nenhuma característica especificamente única, o que me vem ao pensamento mais rapidamente é o facto de ainda não saber o que tenciono fazer depois da secundária, de ser uma pessoa bastante indecisa, ao contrário de outras pessoas da minha idade. Sei que isto deve ser normal mas, mesmo assim, não consigo deixar de sentir que, de alguma maneira, não sei quem sou e não me conheço suficientemente. Acho que este sentimento, de alguma forma, se assemelha ao da menina em “História trágica com um final feliz”, pois também ela não sabia quem realmente era. Brígida Fernandes, 10.ºB são as pequenas coisas. Joana Gromicho, 10.ºB