Jornal do Clube de Engenharia 582 (Setembro de 2017) | Page 11

SETEMBRO DE 2017 A evolução da nanotecnologia Projetos de vertedouros Barragens de hidrelétricas são grandes projetos de engenharia que demandam profissionalismo no planejamento. Flávio Peixoto, pesquisador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) Área ainda em desenvolvimento no Brasil, a nanotecnologia começou a ganhar visibilidade no país nos anos 2000, a partir do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT). Para Flávio Peixoto, pesquisador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), falta, no entanto, uma visão sistêmica do país em torno do processo da inovação, congregando políticas públicas e investimento, com participação do Estado e da iniciativa privada. Este foi o tema de sua palestra, “A evolução da nanotecnologia no Brasil: desafios para difusão e inovação”, no Clube de Engenharia, em 21 de agosto. Segundo Peixoto, não existe um “nano-setor”. A nanotecnologia tanto envolve a atuação de diversos setores - como física quântica, ciência da computação, química e engenharia -, como tem aplicação em numerosas áreas: biomedicina, energia, automobilística, cosméticos, etc. É definida como um conjunto de técnicas utilizadas para manipular a matéria (átomos e moléculas). O pesquisador do IBGE e outros pesquisadores realizaram um estudo com 258 empresas, espalhadas em 15 diferentes atividades econômicas. Com entrevistas, identificaram os principais desafios para o uso e desenvolvimento da área no país: falta de pessoal qualificado; capacidade de escala; transformação do conhecimento científico em produtos e processos. É um sinal, afirma o pesquisador, de que a falta de política adequada não é um dos principais problemas: há investimento, mas não existem instrumentos e pessoal para aplicar. O evento foi promovido pela Diretoria de Atividades Técnicas (DAT) e Divisão Técnica de Ciência e Tecnologia (DCTEC). Leia mais: bit.ly/ politicasnanotecnologia Um dos elementos importantes é o vertedouro: estrutura de segurança utilizada para extravasar a água que não passa pelas turbinas. Para falar sobre os diversos tipos de vertedouros empregados e passos fundamentais para projetá-los, o engenheiro civil Geraldo Magela lançou, no Clube de Engenharia, o livro “Projeto de Vertedouros - Passo a Passo”. O evento aconteceu em 1º de agosto, com apresentação do conselheiro Jorge Rios, promovido pela Diretoria de Atividades Técnicas (DAT) e Divisão Técnica de Recursos Naturais Renováveis (DRNR), com apoio da Divisão Técnica de Recursos Hídricos e Saneamento (DRHS), Associação Brasileira de Profissionais Especializados na França (ABPEF) e Comitê Brasileiro de Barragens/Núcleo Rio de Janeiro (CBDB/NRRJ). Os vertedouros são essenciais para evitar que o nível máximo dos reservatórios seja ultrapassado e coloque em risco as populações e propriedades próximas. Segundo Geraldo Magela, para se projetar um vertedouro é fundamental conhecer o local: qual o rio que vai receber a barragem, topografia, geologia e hidrografia da área, se é uma planície ou um vale encaixado. Tudo isso interfere no modelo a ser utilizado e também na sua capacidade: 23% dos acidentes de hidrelétricas acontecem em função de cheias subestimadas. É fundamental estimar a vazão do empreendimento. O engenheiro civil expôs uma série de fotos de vertedouros de hidrelétricas em todo o mundo e de todo tipo: localizado nas ombreiras ou na lateral; com as comportas em formato de orifícios, degraus ou tulipas; com utilização de túnel, etc. Procedimentos para evitar que os jatos d’água, saindo de comportas em grandes alturas, causem erosão no leito do rio também foram temas da palestra. Em debate, tanto Geraldo Magela quanto Jorge Rios defenderam o uso de reservatórios de acumulação em hidrelétricas, criticando os recentes editais públicos que privilegiam o modelo de fio d’água, sem acumulação. “Toda chuva deveria ser armazenada para abastecer. Para isso existe o reservatório. Mas não se faz uma usina porque se quer. Existe todo um critério”, afirmou Magela. Um rico debate fechou a noite com a participação de renomados especialistas. Leia mais: bit.ly/projetovertedouros DIRETORES DE ATIVIDADES TÉCNICAS: Artur Obino Neto; Carlos Antonio Rodrigues Ferreira; João Fernando Guimarães Tourinho; Márcio Patusco Lana Lobo DIVISÕES TÉCNICAS ESPECIALIZADAS CIÊNCIA E TECNOLOGIA (DCTEC): Chefe: Ricardo Khichfy; Subchefe: Clovis Augusto Nery | CONSTRUÇÃO (DCO): Chefe: Luiz Carneiro de Oliveira; Subchefe: Manoel Lapa e Silva | ELETRÔNICA E TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (DETI): Chefe: Jorge Eduardo da Silva Tavares; Subchefe: Marcio Patusco Lana Lobo | ENERGIA (DEN): Chefe: Mariano de Oliveira Moreira; Subchefe: Marco Aurelio Lemos Latgè | ENGENHARIA DE SEGURANÇA (DSG): Chefe: Estellito Rangel Junior; Subchefe: Aloisio Celso de Araujo | ENGENHARIA DO AMBIENTE (DEA): Chefe: Paulo Murat de Sousa; Subchefe: Anibal Pereira de Azevedo | ENGENHARIA ECONÔMICA (DEC): Chefe: Katia Maria Farah Arruda; Subchefe: Francisco Antonio Viana de Carvalho | ENGENHARIA INDUSTRIAL (DEI): Chefe: Nilo Ruy Correa; Subchefe: Newton Tadachi Takashina | ENGENHARIA QUÍMICA (DTEQ): Chefe: Maria Alice Ibañez Duarte; Subchefe: Simon Rosental | ESTRUTURAS (DES): Chefe: Antero Jorge Parahyba; Subchefe: Roberto Possollo Jerman | EXERCÍCIO PROFISSIONAL (DEP): Chefe: Jorge Luiz Bitencourt da Rocha; Subchefe: Fatima Sobral Fernandes | FORMAÇÃO DO ENGENHEIRO (DFE): Chefe: Fernando Jose Correa Lima Filho; Subch