Gilberto Candido
PROJETO JOIA
Cresci ouvindo dizer o clássico que, entre todas as
benfeitorias que um homem pudesse fazer, ele teria que, ao
longo de sua vida, escrever um livro, fazer neném e plantar uma
árvore, para que se sentisse plenamente realizado.
O projeto do plantio da árvore, comecei a esboçá-lo após o
nascimento do Breno, meu filho caçula, ao me inspirar num garoto de cinco anos de idade que se encontrava hospedado no
hotel e ia deixando suas marcas por todos os cantos do prédio
por onde ele passava. Ele tinha a mesma idade e a mesma
peraltice do Guilherme — meu outro filho —, de ficar de cabeça
pra baixo, apoiar as mãos no chão e apoiar os pés na parede —
onde ficavam suas marcas. No hotel, a mãe daquele garoto vivia
repreendendo-o:
— Menino, já te falei pra não fazer isso. Pare de plantar
bananeiras!
O meu projeto era que, quando eu e minha família
mudássemos pra uma casa com um quintal mais amplo, eu
arrumaria uma muda de árvore pra mim e mais outras pra cada
uma das crianças. Cada qual plantaria e cuidaria da sua,
regando-a diariamente e batizando-a com um nome de suas
preferências.
Haveria uma “competição” pra ver quem cuidava melhor
de sua planta pra contemplarmos o resultado no final.
Sinceramente, eu torceria para que o nosso campeonato
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