Joias Hotel
DURO NA QUEDA
Em 1990 a então União Soviética já balançava com o
prenúncio de uma iminente queda.
Ignorando os fatos, nesse mesmo ano, Eleudes potasso da
Silva (que se apresentava como “Potasso”) desembarcava no
hotel, bem à vontade, com uma mistureba de indiscretos ares
comunistas: na nuca, exibia uma tatuagem com o eterno
colorado da bandeira Chinesa. Vestia um uniforme igual ao do
líder Kim Jong-Il e usava uma boina vermelha que imitava a do
exército Soviético que, de tanto lavar já estava ficando meio
cor-de-rosa.
Excentricidades com modismos estrangeiros à parte, como
brasileiro, até que ele era bem normal: comprador e vendedor de
joias. Trocava as suas vestimentas “normais” e saía para o
campo de trabalho, socialmente bem-vestido, comportado;
chique até! Adorava futebol e torcia pro Vitória da Bahia. E foi
sentado na sala de TV do hotel que ele viu, pelo Brasileirão, o
seu time marcar um gol e sofrer o empate ainda no primeiro
tempo. Lá pelos 40 minutos ele bocejou e começou a cochilar.
Demasiado sonolento, ele gemia, pendia para o lado e quase
caía.
Dali a pouco, despertou e deu um pulo comemorando
quando o locutor gritou “gol” do Vitória. Mas, tirou a boina corde-rosa e tapou o rosto vermelho quando percebeu o mico: o
jogo já estava no intervalo e, a bola que ele via no fundo da rede
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