Joias Hotel Joias Hotel | Página 26

Gilberto Candido EMERGENTES Catarolando ao som da Blitz, o grupo musical do momento, uma galera fominha cruzava a cidade, a pé, pra perder mais uma partida de futsal para os pernetas da Teixeira Marques. Aquela insistência — ou prazer por perder — acontecia todas as manhãs de domingo. Este tipo de lazer terminou quando arrumaram emprego e foram trabalhar. Suas manhãs de domingo foram trocadas pelas missas matutinas na igreja-barracão do Jardim Caieiras, pelas reuniões na comunidade de jovens e pelo vício do bilhar no bar do Divino. Até que uma mãe ou outra aparecia pra os convocar para o almoço. Assim eram aquelas manhãs domingueiras. Depois se separaram e cada um pegou o seu rumo. Somente dois deles é que nunca se desgrudaram — até nos dias de hoje. Alguns diziam que eles iam se casar. E não é que casaram mesmo? Um deles com a Márcia e o outro com a Marli. E viverão felizes para sempre... Antes do casamento o menos feio comprou uma brasília. Era uma empurração do poisé, pra baixo e pra cima, capaz de causar banhos de suor e dores nas costas de quem se aventurava. Entre os tantos, um optou pela hotelaria, outro pela metalurgia e os demais pela anarquia, enquanto o dono da brasília botava na cabeça que iria parar de ser empregado pra que lhe sobrasse tempo pra ganhar dinheiro. Sujeito esperto e de muita sorte! Sua ascensão foi meteórica. Passou a ser um bem- 26