Israel e o Conflito Árabe-Israelense Breve Guia Para Perplexos Portuguese | Page 13

Breve Guia para Perplexos 7
Por acaso , esta tentativa recorrente de ligar o Sionismo ao racismo é um esclarecedor exemplo de como ver o argueiro no olho do irmão e não ver a trave no próprio . As nações árabes definem-se formalmente pela sua etnicidade como árabes , excluindo , portanto , os grupos não arábicos como os berberes e os curdos . O mesmo acontece com a religião . O Islã é a religião oficial em todos os países árabes a não ser no Líbano , marginalizando necessariamente as confissões não islâmicas , particularmente as minorias cristãs .
Neste sentido , vale a pena lembrar os comentários do Reverendo Martin Luther King , Jr ., sobre o antissionismo .:
E o que é o antissionismo ? É a negação ao povo judeu do direito fundamental que justamente invocamos para os povos africanos e todas as restantes nações do planeta . É uma discriminação contra os judeus , caros amigos , pelo fato de serem judeus . Por outras palavras : é antissemitismo … Deixem as minhas palavras ecoarem nas profundidades das vossas almas : quando as pessoas criticam o Sionismo , referem-se aos judeus – não tenham dúvida .
É ainda importante salientar que os não judeus não estão excluídos da construção nacional israelense . Pelo contrário . Hoje em dia , um quinto dos cidadãos israelenses não são judeus , incluindo , aproximadamente , 1,7 milhões de árabes , sendo o árabe a língua nacional oficial .
Além do mais , a população judaica israelense tem demonstrado sempre uma grande diversidade nacional , étnica e cultural , que se tornou ainda mais visível na década de 1980 , altura em que Israel começou a resgatar dezenas de milhares de judeus negros de uma Etiópia castigada pela seca , os quais sonhavam reassentar em Israel . Vale a pena lembrar os eloquentes comentários de Juluis Chambers , diretor-geral do Fundo para a Educação e Defesa Legal do NAACP ::
Se as famigeradas vítimas da Etiópia fossem brancas , incontáveis nações lhes teriam oferecido refúgio . Mas as pessoas que morrem de fome na Etiópia e no Sudão são negras , e em um mundo onde o racismo é oficialmente deplorado virtualmente por todo e qualquer governo organizado , apenas um país não africano abriu as suas portas e os seus braços . A silenciosa ação humanitária do Estado de Israel , ação realizada sem levar em conta a cor dos resgatados , representa uma real condenação do racismo muito além dos meros discursos e resoluções .